A região de Aveiro quer ver ativadas valências hospitalares para cuidar de utentes que sofrem enfartes e diz que não é possível continuar a fazer do transporte de utentes para Coimbra e Gaia a solução.
Os tempos de reação são apontados como decisivos nestes casos e as despesas de transportes atingiram, em 2021, perto de meio milhão de euros, cativando ainda meios humanos essenciais ao acompanhamento de utentes e que fazem falta no hospital.
Acresce a falta de resposta para a realização de exames programados em tempo útil pelo Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra.
Razões que levam os 11 autarcas da região a dizer que é hora de ativar a equipa que tem vindo a prepara-se para essas funções.
“É neste quadro que exigimos, em nome dos Cidadãos da Região de Aveiro, que o Ministério da Saúde autorize com caráter de urgência, a ativação da Unidade de Hemodinâmica do Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, no âmbito do CHBV”.
O Conselho Intermunicipal da CIRA exige a “criação e ativação urgente” de Sala de Hemodinâmica no Hospital de Aveiro.
Posição assumida depois do encontro de autarcas no início desta semana em Águeda.
Os municípios lembram que Portugal encontra-se abaixo da média europeia relativamente a Salas de Hemodinâmica por milhão de habitantes (2,5 vs 3 salas) e número de angioplastias (118 vs 191 procedimentos por 100.000 habitantes) e que a Região do Centro é “particularmente deficitária”, com apenas 3 centros hospitalares com Sala de Hemodinâmica quando existem 6 no Norte e 6 em Lisboa e Vale do Tejo.
O Centro Hospitalar do Baixo Vouga serve uma população de quase 400 mil habitantes e mas Aveiro é das poucas capitais de distrito que não possui Sala de Hemodinâmica.
Outra das novidades é a formação de meios humanos.
O CHBV trabalhou nos últimos dois anos num projeto para a criação de uma Unidade de Hemodinâmica no Hospital de Aveiro, tendo o Serviço de Cardiologia 14 especialistas (com mais 5 internos), um dos quais com a especialização e experiência em hemodinâmica.
Reunidas as condições humanas e logísticas necessárias à abertura imediata de uma Sala de Hemodinâmica, com garantia da segurança, as autarquias dizem que esta é a hora de garantir a resposta.
“A inevitabilidade de transporte dos doentes para outros centros com Hemodinâmica, em média 3 a 4 doentes por dia, de ambulância e com equipe médica e de enfermagem, tem-se demonstrado uma alternativa dispendiosa e muito perturbadora da normalidade do serviços, dados que os profissionais ficam ausentes em média 4 a 5 horas, para além do risco para o doente”.