A MUBi pede cuidados especiais à PSP nas operações de fiscalização de utilizadores de bicicletas e trotinetas para não prejudicar o incremento da mobilidade sustentável.
Rui Igreja assina uma carta enviada ao diretor nacional da Polícia de Segurança Pública, manifestando preocupação com uma operação de fiscalização focada em utilizadores de bicicletas e trotinetas.
Embora anunciada para o Porto, na semana que antecede o Dia Mundial da Bicicleta, a operação poderá vir a ser replicada noutras cidades do país.
A associação alerta para os riscos de uma abordagem desproporcionada que possa “desincentivar modos de transporte sustentáveis” e apela a uma “atuação orientada por critérios de proporcionalidade, centrada nas infrações com maior impacto na segurança e na saúde pública”.
A Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta admite que é necessário trabalhar para reduzir os perigos na estrada mas teme que a campanha possa criar imagem negativa nos utilizadores.
“Partilhamos inteiramente o compromisso com a importância de reduzir o perigo rodoviário para todos os utilizadores do espaço público. No entanto, alertamos para os riscos de uma abordagem desproporcionada, que possa penalizar modos de transporte universais, benignos e sustentáveis, desencorajando inadvertidamente a sua utilização”.
Apela a uma “abordagem pedagógica e preventiva”, especialmente no que respeita a utilizadores de modos activos de mobilidade, “muitos dos quais circulam em contextos com fraca infraestrutura e sinalização”.
E pede que seja considerado o envolvimento da sociedade civil e associações como a MUBi em campanhas de sensibilização, contribuindo para uma cultura rodoviária mais segura, inclusiva e responsável.