A associação pela mobilidade urbana (MUBi Aveiro) lamenta que as obras que tiveram lugar junto ao Centro Comercial Glicínias tenham contemplado o aumento do canal rodoviário, com mais uma via de tráfego, acabando por "retirar espaço" ao peão e tornando o atravessamento da faixa de rodagem “mais longo, demorado e perigoso”.
Esta é a leitura da MUBi que continua a seguir as intervenções públicas na cidade e a pedir mudança de paradigma.
Considera que esta intervenção “induz o crescimento do tráfego automóvel”, com o consequente aumento do “risco rodoviário para os utilizadores de bicicleta”, modo de transporte reclama uma solução na ligação entre a Avenida Dr. Mário Sacramento/Bairro de Santiago e o Glicínias.
“Nesta zona da cidade caracterizada por uma elevada densidade habitacional, e já muito penalizada pelos formatos de via-rápida da antiga N-109 e dos seus acessos, a intervenção efetuada contraria todas as boas práticas e orientações vigentes de redução de volume, velocidade de circulação e espaço afecto ao tráfego motorizado e de priorização dos modos de deslocação mais saudáveis e sustentáveis”, conclui a MUBi.
A associação vai ao processo de revisão do PDM para dizer que há falta de coerência entre o alargamento do conceito de cidade, de forma a incluir os núcleos urbanizados de Aradas, São Bernardo, Azurva, Cacia e Santa Joana e ao mesmo tempo não garantir os atravessamentos em segurança.
“Continuarão a requalificação urbana e o ordenamento do território reféns do automóvel, impedindo o devido redesenho do espaço público à escala humana e desprezando os utilizadores dos modos suaves (pedonal e bicicleta)?” questiona a MUBi.
A posição transmitida esta terça-feira acentua uma diferença entre discursos e projetos. Para a associação pela mobilidade falta “humanização” do espaço público.
“As pontuais interlocuções do Presidente da Câmara afirmando a aposta do município nos modos activos, não têm passado de discursos vazios sem qualquer reflexo sobre a realidade. Os cidadãos têm vindo a ser prejudicados pelos atrasos que Aveiro tem acumulado no que respeita à mobilidade sustentável e humanização do espaço público".