Miguel Viegas recusou votar relatório sobre o Plano de Investimento Juncker por não estar traduzido em Português. Foi votado ontem ao final da tarde, na reunião conjunta das Comissões dos Assuntos Económicos e Orçamentais, o regulamento que cria o Fundo Europeu de Investimento Estratégico, conhecido como o plano Juncker.
“Atendendo ao facto de o documento em apreciação/votação não estar traduzido nas diversas línguas da UE, nomeadamente em Português, facto que contraria o princípio do multilinguismo que rege o Parlamento Europeu”, Miguel Viegas, deputado do PCP ao PE e membro da Comissão dos Assuntos Económicos, propôs o adiamento da votação, o que não foi considerado pelos deputados presentes.
Em sinal de protesto, o deputado Miguel Viegas não participou na votação por considerar não estarem reunidas as condições elementares (e regimentais) para que a mesma tivesse lugar.
Os deputados do PCP ao Parlamento Europeu manifestam “o seu mais vivo repúdio perante esta situação” que, segundo os Parlamantares “denota um profundo desrespeito pelo princípio do multilinguismo no Parlamento Europeu, pela própria instituição e pelos deputados de diversos países, designadamente pelos deputados portugueses, sendo igualmente demonstrativo do tipo de práticas que enformam a discussão e decisão sobre legislação da maior importância para os diferentes Estados-Membros e com profundos impactos no plano nacional”.
Miguel Viegas lamenta, ainda, que os deputados portugueses presentes na votação “tenham tolerado este inaceitável atropelo e legitimado, com o seu voto, este procedimento”.