O Município de Ílhavo aprovou a revisão da Carta Educativa tendo 2035 no horizonte mas ficam alertas sobre a capacidade de resposta do documento.

A autarquia considera ter as ferramentas e o enquadramento necessários ao desenvolvimento de respostas nos diferentes graus de ensino e nas políticas que dão suporte ao ensino mas confessa que as questões do financiamento serão determinantes no futuro para levar as políticas a bom porto.

Temas como a evolução demográfica e socioeconómica surgem como desafios que o sistema vai ter de acompanhar.

Contam-se questões como o aumento do número de crianças e jovens no sistema.

A maioria diz que tal está previsto, por exemplo, no aumento de creches exigida pela previsível instalação de novas novas empresas que acarretam a chegada de mais famílias e novos alunos.

Mas também apostas nas acessibilidades em segurança aos estabelecimentos escolares.

O documento prevê, também, a intervenção do Município de Ílhavo no desenvolvimento das atividades complementares de ação educativa e na promoção do desporto escolar.

Sérgio Lopes diz que o processo deveria ter envolvido os vereadores da oposição na fase inicial.

O vereador do PS fala em “foco no curto prazo” como marca do documento sobre o qual pediu avaliação ao papel das associações de pais e aumento de creches sustentado na oferta pública com os municípios a liderar essas operações (com áudio)

O diagnóstico estratégico passou não só pela análise e recolha de dados, mas também pela auscultação, em grupos focus, do Conselho Municipal de Educação, Conselho Municipal de Juventude, Vereadores, Agrupamentos de Escolas, Presidentes das Juntas de Freguesia, Comunidade Escolar (docentes, não docentes, associações de pais, associações de estudantes, EMACE e serviço educativo), tecido social, IPSS, entidades ligadas à formação e ao emprego, entre outros.

Rede física, inclusão e dinâmicas educativas inovadoras, envolvimento, participação e capacitação das famílias e respostas ao nível das creches são alguns dos temas fundamentais.

João Campolargo entende que se trata de um documento robusto, bem sustentado que orienta as políticas para a década.

O presidente da Câmara de Ílhavo diz que o peso crescente dos Municípios no setor da educação deve estar bem alicerçado no envelope financeiro e pediu apoio a PSD e PS para que lembrem os governos sobre o peso das despesas de funcionamento dos estabelecimentos nos orçamentos municipais.

Campolargo entende que a tendência aponta para o agravamento e sem fontes de financiamento como as que hoje suportam as obras em escolas, PRR e fundos europeus (com áudio)

O processo de revisão da Carta Educativa de Ílhavo iniciou-se no ano letivo 2023/2024, tendo sido concluído no ano letivo seguinte.

Documento obteve parecer positivo do Conselho Municipal de Educação, reunido a 4 de abril de 2025.

A Carta Educativa será agora submetida à Assembleia Municipal de Ílhavo e carece ainda de parecer positivo do Ministério da Educação para a sua implementação.