Aradas: Assembleia de Freguesia falha acordo para instalação de órgãos de gestão.

Falhou a primeira tentativa para a tomada de posse dos órgãos de gestão na freguesia de Aradas.

A oposição chumbou a votação nominal para o primeiro vogal do executivo e alega que a autarca eleita não cumpriu com o que tinha ficado definido em reunião, a meio da semana, nem se pronunciou sobre as condições colocadas para a viabilização do executivo.

Catarina Barreto suspendeu os trabalhos e as forças deverão voltar aos contactos preparatórios.

Ouviram-se críticas da oposição sobre a falta de resposta às condições colocadas e que passam pela realização de auditoria independente à gestão dos últimos 8 anos, a entrega de documentação já determinada pelo Tribunal Administrativo e o regresso de funcionárias que alegam ser vítimas de assédio laboral depois de colocadas noutras funções.

Movimento Independente “Sentir Aradas”, Partido Socialista e Chega emitiram comunicado conjunto em que abordam a reunião informal de 22 de Outubro de 2025, agendada por Catarina Barreto e na qual participaram representados, respetivamente, por Gilberto Ferreira, Sónia Aires e Ricardo Nascimento.

Dizem ter sido discutidos vários pontos “com o objetivo de procurar consensos que pudessem conduzir a uma situação de governabilidade estável, no respeito absoluto pelos resultados eleitorais de 12 de Outubro passado”.

Confirmam que a autarca eleita solicitou o envio da proposta de acordo via e-mail no qual explanaram as condições consideradas “essenciais e obrigatórias” à viabilização.

A auditoria externa, a resolução do litígio laboral com funcionárias e a apresentação imediata da documentação foram os pontos apresentados como “inegociáveis”.

Catarina Barreto terá recusado esses termos.

“Esta posição demonstra, clara e inequivocamente, a impossibilidade de negociação sobre os assuntos que consideramos de importância fulcral e de relevo máximo para as decisões a tomar num futuro próximo, uma vez que são instrumentos relevantes para aferição do estado da gestão financeira da freguesia, tendo em conta que, nos mandatos anteriores, estes aspetos sempre estiveram envoltos em suspeição e polémica”.

Partidos e movimento afirmam “reconhecer” a vitória da Aliança com Aveiro lembrando que a maioria dos eleitores não confiaram a maioria a Catarina Barreto e que esse dado deve ser respeitado.

A representante do PS, Sónia Aires, afirma que esse trabalho deve ser continuado (com áudio)

“A humildade democrática vale para todos, não apenas para alguns. A responsabilidade do que hoje sucedeu recai exclusivamente em Catarina Barreto que, além de mais uma vez faltar à verdade e numa atitude antidemocrática, impediu outros eleitos de se manifestarem e de usarem a palavra para rebater as afirmações por ela proferidas, negando o direito de resposta, de forma pública e esclarecedora, conduta que repetiu, aquando do pedido de declaração de voto, após leitura da ata”.

As três forças dizem que seguem abertas ao diálogo e Gilberto Ferreira questiona mesmo outros eleitos da Aliança sobre a atitude da autarca de Aradas (com áudio).

Catarina Barreto afirma-se surpreendida pela forma como a reunião decorreu.

Alega que as condições colocadas não fizeram parte do trabalho preparatório e assegura que tinha garantia de aprovação da lista indicada para a Junta.

Quanto às condições apresentadas pela oposição, explica que a questão da auditoria não pode ser resolvida com a entrega a uma qualquer entidade sem concurso e que a questão das funcionárias está sujeita a inspeção (com áudio)

Em noite de instalação o que Aradas falhou, Esgueira conseguiu.

O PS viabilizou o executivo de Rui Cordeiro (AD) com votos favoráveis dos seus representantes.