Demissão e eleições antecipadas.
O PSD de Ílhavo antecipou para dia 16 de Dezembro as eleições à concelhia e coloca nas mãos dos militantes as decisões sobre o futuro do Partido na política concelhia e nacional.
Inicialmente agendado para Maio, o calendário acaba antecipado devido ao quadro de eleições legislativas em Março, com Europeias no horizonte e como preparação para o ciclo autárquico de 2025.
No momento em que há movimentações internas a pensar no próximo ciclo autárquico, a equipa de Fátima Teles (na foto) decide ganhar tempo para clarificar essa situação interna mas não revela se a líder demissionária é candidata ou se dentro da sua equipa alguém irá assumir uma candidatura.
“A Comissão Política apresenta a sua demissão em consciência absoluta, convicta de que o PSD Ílhavo tem de se munir das estruturas com uma dinâmica renovada para enfrentar os períodos eleitorais que se aproximam – legislativas, europeias e também, daqui a dois anos, autárquicas".
Entende que é necessário criar condições para abrir novo ciclo político, fechando um ciclo com discursos mais associados ao legado Social Democrata.
"Ílhavo necessita de uma Comissão focada em garantir o sucesso do processo autárquico, sem perturbações externas, sem dores do passado, sem ruídos, solidária e agregadora, que contribua determinantemente para o superior interesse da nossa terra. Sobretudo, porque as nossas gentes merecem mais e melhor do que aquilo que o grupo liderado por João Campolargo diz que consegue dar”.
Em carta enviada aos militantes, explica a razão de ser desta antecipação criando condições para estabilizar a vida interna da concelhia e preparar as próximas campanhas.
“Queremos voltar a ganhar a Câmara Municipal, Assembleia Municipal e as quatro Juntas de Freguesia, elevando bem alto os valores do Partido Social Democrata que nos norteiam há quase 50 anos".
A preparação de equipas e programas surge como argumento de uma concelhia que tinha recebido críticas de alguns setores do PSD por não conseguir demonstrar uma visão de futuro.
Fátima Teles admite que este é um tempo crucial.
"A aproximadamente dois anos de novas eleições autárquicas, chega a hora de assumirmos escolhas e posições que marquem vigorosamente o início de um novo projeto autárquico vencedor. Um caminho que envolve o debate de ideias, a construção de um programa, a composição de listas e a mobilização de todos os militantes, simpatizantes e votantes, com o foco na reconquista inequívoca do poder executivo em Ílhavo”.
Com as eleições para a concelhia agendadas para dia 16 de Dezembro, a concelhia diz abrir caminho ao surgimento de “todo e qualquer militante da secção que se sinta capaz para conduzir um processo autárquico, que vai exigir tempo, estabilidade e legitimidade política”.
No plano nacional, Fátima Teles entende que a atual situação de crise política nacional, “provocada única e exclusivamente pelas opções erradas e titubeantes do Partido Socialista”, vieram acelerar o “procedimento de renovação da estrutura”.
Uma forma de criar condições para a elaboração de um programa de governo alternativo para o país salvaguardando “princípios da confiança institucional e da transparência, tão importantes no processo democrático”.
“Este ato formal de demissão prende-se única e exclusivamente com a salvaguarda dos interesses dos militantes e gentes do Município, para voltar a colocar o Município de Ílhavo de volta na senda do crescimento e do desenvolvimento. E este objetivo – o foco no Município e nas pessoas – sobrepõe-se a qualquer outro, assim como se sobrepõe a cargos, egos ou interesses particulares. Esta Comissão Política está consciente da decisão tomada, convicta de que é a melhor”.