Ílhavo: Assembleia Municipal diz que visita da Assembleia Municipal Jovem a Lisboa serviu apenas para "alimentar ego do Presidente da Câmara".

A visita institucional de alunos da Assembleia Municipal Jovem de Ílhavo à Assembleia da República abre mais uma guerra entre Assembleia Municipal e Câmara Municipal.

Essa deslocação, no passado dia 4 de Fevereiro, não terá sido coordenada entre os serviços da autarquia e da Assembleia, entidade que reclama a criação e tutela organizativa da Assembleia Municipal Jovem.

A AMI escreve ao presidente da Câmara, agrupamentos de escolas e grupos municipais a repudiar a condução deste processo e manifesta o seu protesto “contra a falta de coordenação institucional, a negligência na organização da visita e a desconsideração pelo papel da Assembleia Municipal Jovem”.

Paulo Pinto Santos diz que além de mal organizada, a visita serviu apenas para “alimentar o ego” do presidente da Câmara.

Aponta como erros a falta de coordenação e respeito institucional, a escolha inadequada da data que deixou os alunos sem oportunidade de assistir a uma sessão plenária na Assembleia da República, a falta de condições adequadas para os participantes que foram obrigados a resolver a questão das refeições e uma experiência reduzida na Assembleia sem que os alunos fossem recebidos por deputados.

Paulo Pinto Santos diz que “tal facto comprometeu gravemente a experiência educativa e política dos jovens participantes”.

O presidente da Mesa da assembleia Municipal entende que a exclusão da Mesa da Assembleia Municipal na produção de material informativo é outro dos erros cometidos nesta iniciativa que resulta do lançamento da AMJ em 2022.

Considera que houve desrespeito institucional pela Assembleia e “instrumentalização de recursos públicos de forma inútil e inconsequente”.

“Esta visita, que deveria servir para enriquecer o conhecimento dos jovens sobre o funcionamento da Assembleia da República, foi na verdade uma tentativa de confundir e deturpar o propósito das Assembleias Jovens. Os alunos não viram o parlamento a funcionar, não se cruzaram com um deputado, não trocaram impressões com os nossos representantes e não enriqueceram de forma alguma o seu entendimento sobre a casa da democracia. O objetivo maior de uma viagem desta natureza foi assim completamente subvertido”.

Paulo Pinto Santos deixa crítica direta ao autarca de Ílhavo a quem aponta “irrelevância política”.

“O evento serviu apenas para alimentar o ego do Presidente da Câmara, que demonstrou, de forma evidente, a sua irrelevância política e a sua incapacidade para mobilizar os recursos da democracia ao mais alto nível. Uma deceção para os jovens. Uma vergonha para a Câmara Municipal”.

Para futuro exige que iniciativas de igual relevância sejam “articuladas com a Mesa da Assembleia Municipal, garantindo o cumprimento dos princípios democráticos e institucionais, e a separação dos poderes, que regem a nossa autarquia”.