A Câmara de Ílhavo assume que não há respostas imediatas que possam conduzir ao encerramento do abrigo de animais instalado em moradia na avenida José Estêvão, no centro urbano da Gafanha da Nazaré, mas assegura que o assunto não está esquecido e tem merecido atenção dos serviços da autarquia.

João Semedo, vice presidente da Câmara, respondeu, esta quinta, às questões levantadas por deputados municipais a propósito da notícia que confirma o carácter ilegal da estrutura.

O tema veio, de novo a público, esta semana, a partir dos protestos e apelos da população residente para que seja reposta a normalidade naquela área afetada pelo ruído e insalubridade.

João Semedo recorda que o Centro Oficial de Recolha de Ílhavo está esgotado.

E que essa é uma das limitações que impedem uma transferência de animais (com áudio)

O vice presidente da Câmara de Ílhavo respondeu, esta quinta, em debate na Assembleia Municipal de Ílhavo, e quis retificar dados da notícia que "não correspondem à realidade".

Nega que tenha havido encaminhamento de animais para o local gerido pela Patudos de Vagos, a pedido do CROACI.

O responsável político levanta, ainda, dúvidas sobre a proveniência dos animais ali alojados.

Lembra que Ílhavo “dá respostas que outros não dão” e isso penaliza os serviços, com saturação do CROACI, num espaço de “capacidade limitada”.

Recordou o investimento em reforço de pessoal e a aposta nas campanhas de adoção que, segundo o autarca, têm permitido rotação de animais.

Semedo diz que o CROACI que, em 2021, tinha um funcionário tem, agora, três tratadores e que de um médico veterinário, a meio tempo, passou ao recrutamento de um médico que acabou por rescindir obrigando à abertura de novo procedimento concursal.

Adiantou que o novo veterinário entra ao serviço na próxima segunda-feira, 16 de Dezembro.

Deputadas do PS e do PSD pediram explicações.

Diana Gandarinho e Margarida Alves dizem que é necessário "mais ação e mais investimento".

A vogal do PS alega que continua a faltar informação pública do CROACI sobre campanhas e apelou ao alargamento das medidas de apoio à esterilização, não apenas em acordo com as associações mas também com “protetores”, famílias que se dedicam à causa animal.

Diz mesmo que muitos desses protetores estão “sobrelotados e desesperados”.

Pediu um “plano estratégico” para a saúde animal (com áudio)

Margarida Alves, do PSD, apontou o dedo à maioria independente que governa o Município.

Afirma que algo vai mal quando o investimento em pessoal é reforçado e os problemas continuam a crescer ao ponto de se enfrentar protestos da população pela existência de estruturas ilegais no centro urbano de uma cidade.

A deputada social democrata considera que faltam respostas concretas para fazer cumprir a lei.

E diz que se o canil ou abrigo para animais não está legal deve ser encerrado (com áudio)

João Semedo afirma que o esforço na causa animal é para manter, cuidando dos aspetos legais.

Sem dar sinais quanto a datas para o encerramento da estrutura, revela que o assunto está nas mãos do gabinete jurídico da autarquia.

E lembra que o veto da autarquia às obras pretendidas pela associação, na moradia, é um sinal sobre o cumprimento da lei.

“Pois não permitiu mesmo porque era claro o que queriam fazer e não era esse o fim possível porque há regras para o número de animais em meio urbano. Estão envolvidas outras entidades e os procedimentos estão a avançar no nosso gabinete jurídico".