Cerca de 20 individualidades dos diferentes quadrantes sociais e políticos de Estarreja foram desafiadas a responder às questões sobre o futuro do Município colocando o emprego no centro de todas as prioridades. O Município promoveu a sessão de trabalho “Estarreja 2025”, no auditório da Biblioteca Municipal, onde os presentes deram voz às necessidades do concelho e propuseram projetos a integrar o Plano Estratégico de Desenvolvimento 2025 do Concelho de Estarreja. Diamantino Sabina, Presidente do Município, referiu que “Estarreja vai aproveitar-se deste quadro comunitário da melhor forma possível.”
O estudo e elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento 2025 do Concelho de Estarreja foram encomendados à Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI), entidade que também dinamizou a reunião. Será submetido ao Quadro Estratégico Comum (QEC) um plano de nível geral e transversal ao município e também um projeto específico para o Eco Parque Empresarial de Estarreja.
“Temos uma expetativa muito alta relativamente ao nosso Eco Parque, mas há infraestruturas que claramente têm que ser financiadas, porque nós sozinhos não o conseguiríamos”, justificou o Presidente da Câmara, que quer ver “mais emprego e muito mais empresas” em Estarreja.
Com o Plano Estratégico de Desenvolvimento, a CME pretende candidatar-se e usufruir de fundos comunitários que ajudem no progresso do concelho, com horizonte no ano 2025. A política comunitária para o período de programação 2014-2020 tem como prioridades o crescimento inteligente, crescimento verde e sustentável e crescimento inclusivo, com alta empregabilidade.
O emprego, com instalação de mais empresas e valorização do tecido empresarial, foi o setor mais consensual num cenário de captação de fundos comunitários. Do total de 60 propostas de projeto apresentadas pelos participantes da reunião, também o turismo, a educação e a promoção do conhecimento científico através da Casa-Museu Egas Moniz, foram áreas apontadas como fundamentais para o crescimento do município.
Defensor do emprego, José Teixeira Valente, presidente da SEMA, participou ativamente na sessão e considerou que “o Eco Parque Empresarial, a regeneração urbana e o turismo de natureza são três áreas fundamentais e é nessas três áreas que se deve apostar.”
Regina Bastos, ex-eurodeputada social-democrata, concorda que o emprego é uma via importante. “O nosso Eco Parque deve continuar a aposta de captação de investimentos e manutenção das empresas que já lá estão instaladas, para que haja uma criação de emprego que consiga ser atraente para os habitantes do concelho.”
A advogada estarrejense acredita que “políticas amigas das famílias, políticas amigas dos idosos, políticas que ponham em primeiro lugar o cidadão, o munícipe estarrejense, são com certeza uma boa estratégia” para este quadro comunitário.
Rosa Domingues, professora na Escola Secundária de Estarreja, apontou outra necessidade concelhia para captação de investimento. Para a docente, a limpeza das áreas florestais é premente. “Embora nós tenhamos um potencial grande em termos agrícolas e património florestal, atualmente estão muitas áreas abandonadas, cheias de mato.”
Na opinião de Rosa Domingues, a solução pode passar pela “criação de empresas que comercializem ou negoceiem a limpeza dos terrenos com reaproveitamento desses resíduos”, resultando positivamente “em termos ambientais e económicos para a riqueza do concelho”.
Fernando Mendonça, vereador da CME pelo Partido Socialista, deseja que, em 2025, Estarreja apresente “uma nova centralidade urbana, baseada no rio.” O vereador da oposição “gostava de ver uma aposta estruturada no turismo e na agricultura com base nas riquezas do Baixo Vouga, e na resolução dos problemas do Baixo Vouga, e sobretudo uma terra limpa, asseada, de gente qualificada, onde fosse fácil haver uma escolha para se poder viver.”
O autarca acredita que a capacidade de alcance do horizonte define o futuro. “Como não temos castelos, temos que construir os nossos próprios castelos”. Para apoiar no estudo das necessidades do concelho, o antigo líder do PS Estarreja sugeriu à SPI a consulta dos programas eleitorais das últimas autárquicas.