O líder da bancada socialista na Assembleia Municipal de Ílhavo salienta que os serviços públicos são o resguardo necessário em tempo de crise sanitária mas são também o elo essencial na defesa das comunidades tornando claro que há linhas que não podem ser ultrapassadas pelo liberalismo.
Antevê ainda um futuro diferente quanto ao conceito de globalização.
Em dia Feriado Municipal, marcado em situação normal pelos discursos das bancadas com assento na Assembleia Municipal Luís Leitão assumiu o elogio público à resposta de quem está no terreno.
Num texto divulgado esta segunda, o porta-voz da bancada do PS define a palavra “Comunidade” como a que será mais referida em qualquer motor de busca depois desta crise.
“Porque é a solução para ultrapassar as dificuldades de um ano que tanto prometia. As constantes exigências de “menos Estado” na economia ou na saúde, proclamadas por liberais de circunstância, inverteram-se quando, confrontados com uma crise sem precedentes, nos refugiamos no porto de abrigo que é o SNS e clamamos por um Estado protetor e assistencial”.
Luís Leitão reconhece um tempo especial que deixa marcas nas famílias no campo social e económico.
“A pandemia não vitima apenas aqueles que agonizam nas camas dos hospitais, mas também os que sofrem os efeitos económicos da suspensão das atividades. A crise económica que, por abrupta, não permite uma adaptação estrutural, necessita de rápidas reações. Não sairemos de uma crise desta dimensão como entrámos. Seguramente viveremos desigualdades sociais mais acentuadas e o desafio de as atenuar só se enfrenta com uma Europa verdadeiramente solidária”.
Antevê tempos novos e uma sociedade à espera de novas respostas e de uma nova ordem.
“É tempo de mudanças de paradigmas da governação. Tempo de reinventar o modelo do mundo, do país, do concelho e… do nosso lar. Chegaram tempos de medidas disruptivas, com diferentes práticas empresariais. Tempo de diversificar sectores de atividade e modelos de desenvolvimento. O fim da até agora incontestada globalização, dos seus pressupostos e benefícios maiores em que tantos acreditávamos”.
E neste quadro de novas respostas salientou a capacidade de apoiar o ressurgimento económico e sobretudo os mais desfavorecidos social e economicamente. Acredita que será uma comunidade mais unida e resiliente, “focada naquilo que é prioritário”.
“Até lá, cumpre-nos garantir que esta crise sanitária dura o menos tempo possível. Honremos todos aqueles que já partiram, o esforço dos nossos profissionais de saúde e os demais agentes da proteção civil, os professores que reinventaram da noite para o dia os métodos de ensino, os trabalhadores do setor social, os que todos os dias fazem a gestão do lixo que produzimos, os que transportam e distribuem os nossos alimentos e outros tantos que continuam nas fábricas a manter a economia possível. Para tanto, é fundamental que todos quantos possam fiquem em casa”.