Encontro decorreu ontem no Salão Nobre dos Paços do Concelho, seguido de uma visita técnica aos serviços da Autarquia, bem como aos equipamentos municipais.
O Presidente da Câmara Municipal de Águeda, Jorge Almeida, deu as boas-vindas ao seu homólogo de Bissau, Luís Enchama, no âmbito de uma visita que a Câmara de Bissau está a fazer a Águeda, integrada nas VI Jornadas Internacionais de Turismo, que decorrem hoje e amanhã, no Centro de Artes de Águeda.
Na cerimónia, que teve lugar ontem no Salão Nobre, Jorge Almeida lembrou que a Câmara de Águeda tem um acordo de geminação com Bissau há 26 anos, sendo, logo a seguir a Lisboa, o Município do País com a geminação mais antiga com aquela cidade africana.
No espírito de colaboração que sempre pautou a relação entre as duas cidades, e no sentido de uma ajuda mútua, Jorge Almeida acredita que Águeda tem “muito a ganhar” com Bissau, uma “terra de gente abençoada e feliz”, mas também onde “há tanto para fazer”. “Nós aqui não vamos conseguir resolver tudo; muito da resolução dos vossos problemas passa exatamente por vocês”, disse o Edil, sublinhando que a cooperação passa por dotar os cidadãos e funcionários de Bissau de conhecimento técnico e operacional.
Deste modo, após a receção oficial, a comitiva (composta pelo presidente da Câmara de Bissau, pelo secretário-geral e pelo representante da cooperação e relações internacionais) fez uma visita quer aos serviços camarários quer aos equipamentos municipais. “Conhecer o funcionamento da câmara, onde podemos mostrar alguns caminhos, e desenvolver uma cooperação nomeadamente na área da modernização administrativa, com vista a uma desburocratização é fundamental”, disse Jorge Almeida, defendendo que agilizar processos é determinante para “que as pessoas se sintam mais motivadas para investir no vosso país”.
Reiterando que a localização de Guiné-Bissau é estratégica, podendo ser a porta de entrada para a África Subsariana, Jorge Almeida defendeu que para se desenvolver “precisam de investidores”, que “só investem onde tiverem confiança”, frisando que, “embora a confiança política seja importante, desburocratizar é fundamental. Estamos disponíveis para ajudar”, concluiu.
Marlene Gaio, em representação do presidente da Assembleia Municipal, salientou que o protocolo celebrado entre estes dois municípios tinha precisamente o objetivo de “promover a cooperação bilateral, nomeadamente nas áreas da modernização administrativa, da educação, das relações empresariais” e que as geminações são modelos de “partilha de cultura, de experiências, de vida e de conhecimento que resultam num enriquecimento para todos”. “Desengane-se quem pense que encerra em si todo o conhecimento e que o indivíduo fechado sobre si mesmo é que se desenvolve”, disse, defendendo que “as cidades devem ser isto mesmo, abertas ao mundo, à partilha e ao conhecimento, porque o mundo é demasiado pequeno para quem pensa grande”.
Águeda, realçou, “está no bom caminho” nesta abertura ao mundo, nomeadamente na área turística, que faz da cidade “uma referência”.
Luís Enchama, presidente da Câmara Municipal de Bissau, agradeceu a receção “calorosa” que recebeu em Águeda e aproveitou para transmitir algumas das áreas em que a cidade que representa necessita de apoio, acreditando que “bons frutos poderão ser colhidos no sentido de melhorar a performance de Bissau, em termos institucionais”.
Apontou ações de formação e de capacitação de curta e média duração aos recursos humanos, a realização de intercâmbio e visitas de estudo nos departamentos técnicos, a formação a alguns jovens engenheiros e outras especialidades, bem como o apoio logístico institucional nas áreas de saneamento, higiene urbana, jardinagem, topografia, urbanismo e de cadastro.
Refira-se que, recentemente, o Presidente da Câmara de Águeda esteve em Bissau, numa visita bilateral para estabelecer uma “colaboração singela mas determinante” para dar cumprimento ao “Projeto Esperança”, assinado pelo governo da Guiné-Bissau e de Portugal, que “permite trazer para Portugal crianças e jovens com situações de doença grave e que não têm solução clínica na Guiné-Bissau” e que, depois, são tratadas no Hospital de S. João, no Porto. Este “é um processo muito sério, que pretende dar resposta a uma necessidade muito grande e é um gosto enorme para mim poder englobar o Município de Águeda neste projeto; estamos a pugnar para que possa ter uma expressão cada vez maior e atinja o maior número de crianças possível”, declarou.