A Direccção Regional de Aveiro do PCP, reunida a 20 de Maio, analisou a situação nacional marcada pelo actual surto epidémico, os seus impactos no tecido produtivo e traçou as orientações de trabalho para intervenção e reforço do PCP no distrito.
Para a DORAV, a Covid-19 colocou em evidência “gritantes desigualdades e injustiças à escala mundial” e as “notórias fragilidades ou ausência de serviços públicos de saúde em numerosos países capitalistas”.
Com nova crise económica, já latente, amplificou a dimensãodo problema e deixou a UE com um problema sensível atendendo às dificuldades para responder como um todo.
O PCP diz que vigora a política do “salve-se quem puder”.
“Posteriormente, procurando ocultar a sua verdadeira natureza, anuncia medidas e intenções que, no essencial, não dão resposta às necessidades imediatas de financiamento dos Estados para acudir à situação social e ao relançamento da actividade económica, empurrando os países para uma espiral de endividamento, associada à imposição de políticas que agridem direitos, deterioram condições de vida e perpetuam situações de dependência”.
A perda de empregos é galopante e a crise cada vez mais evidente.
“Impactos que se somam a problemas e défices estruturais acumulados por décadas de política de direita executada por sucessivos governos PS, PSD e CDS, que privatizaram sectores estratégicos, destruíram capacidade produtiva nacional, reduziram o investimento público, fragilizaram serviços públicos essenciais, impuseram a precariedade laboral e os baixos salários, promoveram a exploração e avolumaram a dependência externa”.
Nadimensão distrital, a DORAV destaca as questões laborais com “milhares de trabalhadores confrontados com perda ou redução de salário”.
“Pelo terceiro mês consecutivo o desemprego registado no distrito aumentou. No mês de Março, segundo dados do IEFP, 55% dos desempregados que se inscreveram nos centros de emprego tinham vínculo precário,sendo que, nestes números não estão considerados dos trabalhadores despedidos durante o período experimental”.
Apesar de reconhecer o empenhamento do Governo com medidas de apoio, nomeadamente o lay-off, considera que há muitos atropelos de grandes empresas a transferir para o Estado, sobretudo via Segurança Social, “custos salariais actuais e futuros”.
“No essencial, as medidas de apoio à economia anunciadas pelo Governo são feitas à medida das grandes empresas e grupos económicos, deixando de fora largos milhares de micro, pequenos e médios empresários, que representam 99% do sector empresarial e asseguram a grande maioria dos postos de trabalho”.
Sem dúvidas quanto ao que deve ser o futuro, o PCP defende investimento em serviços públicos e aposta na retoma económica.
“A principal e mais importante condição para a retoma económica é a da defesa do tecido económico e a da garantia e valorização dos salários, pensões e rendimentos dos trabalhadores e do povo. A actual crise sanitária colocou também em evidência a importância da produção nacional e a necessidade do país garantir a produção e abastecimento dos seus próprios bens alimentares e outros bens essenciais, bem como a importância dos serviços públicos e em particular o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e demonstrou que os grupos privados do negócio da saúde não são a resposta que o País e o povo necessita”.