Candidaturas em fase de abertura e candidaturas em preparação para lançar até ao Verão. Os sinais da execução do Quadro de Fundos Comunitários 2014-2020 vai envolver cerca de 2.155 milhões de euros na Região Centro.
Em Portugal entram 21 mil milhões de euros ao longo dos próximos cinco anos. O Programa Centro 2020 tem 10 eixos com prioridade para a investigação, desenvolvimento e inovação visando aumentar a produção científica reconhecida internacionalmente (Universidades, Incubadoras, Centros Tecnológicos) e financiar contratação de recursos humanos e infraestruturas.
A promoção do espírito empresarial no combate à elevada taxa de desemprego jovem e que afeta jovens qualificados de "forma preocupante" na Região Centro é outro dos pilares.
O quadro aposta na criação de empresas de base tecnológica e na inovação de produto. A qualificação de recursos humanos no combate à redução e prevenção do abandono escolar, melhoria da qualidade do ensino superior, aumentar o número de doutoramentos em articulação com as empresas, financiar a integração de desempregados no mercado de trabalho através de estágios na administração local e apoios à criação de próprio emprego e apoios à criação de emprego, são áreas elegíveis.
“Apoiar a contratação de doutores, mestres e licenciados com pelo menos cinco anos de experiência em 50 por cento dos custos. Portugal está longe dos números de doutorados que a Alemanha tem nas empresas. Os recursos humanos nas empresas devem falar a linguagem das universidades”, salienta Ana Abrunhosa (CCDRC).
O mérito das candidaturas vai ser avaliado valorizando estratégias de especialização inteligente com prioridade para empresas e entidades do sistema científico, associações empresariais nas vertentes da competitividade, inovação e internacionalização.
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro avisou, mais uma vez, que o dinheiro para construções não estará contemplado reforçando antes a reconstrução com aposta na eficiência energética. Os bairros sociais de índole pública e a iluminação pública podem ter uma janela de oportunidade com o novo Quadro Comunitário.
Ana Abrunhosa explica que os fundos vão privilegiar trabalho conjunto de entidades públicas e privadas e instituições de ensino. “Plataformas que permitem às empresas fazer rede com as empresas e unidades do sistema científico”. No caso das grandes empresas há apoios ao investimento empresarial em métodos organizacionais e marketing. “Tem que ser inovação de âmbito no mínimo nacional e internacional”.
Ana Abrunhosa falou ainda do sector do turismo, do investimento na defesa do património e no investimento em cultura mas numa perspetiva coletiva sem base para acções “desgarradas”. Para as cidades fica reservada uma fatia de fundos para transportes, sujeita a plano estratégico de desenvolvimento urbano (Plano de Mobilidade, Plano de Acção para a Reabilitação Urbana e Plano de Acção Integrado para Bairros Sociais e Zonas Críticas).
Haverá apoio do FEDER para habitação privada ao nível da reabilitação e eficiência energética. “É uma boa novidade para os centros históricos e zonas ribeirinhas”. Ribau Esteves assumiu na abertura dos trabalhos que do último Quadro Comunitário ficaram ensinamentos ao nível das prioridades e do rigor. “Há custos que nos doem e que nos levam a tratar das questões mais coletivas. Penso que temos um bom Quadro e na revisão intercalar trataremos de ajustar o que for necessário”.
Autarcas, empresários e agentes da economia social estiveram no auditório do Centro de Congressos na apresentação e o Bispo de Aveiro surgiu como um dos actores da área social interessados no encontro.