O Bloco de Esquerda espera comprometer a Câmara de Aveiro com a urgência do debate sobre alojamento estudantil.
Este é um dos temas da agenda de setembro da Assembleia Municipal que inclui a votação da Moção “Por medidas excecionais para responder à emergência de falta de residências universitárias em Aveiro”.
Com a proposta de debate, o BE quer tirar a Câmara de Aveiro da zona de conforto e responsabilizar a autarquia por um papel mais ativo na resolução de problemas.
Uma forma de denunciar, ainda, uma política que, segundo o BE, atira terrenos da esfera pública para a construção de residências universitárias privadas.
“Da experiência de outras cidades portuguesas pode-se concluir que as residências privadas não trazem concorrência para fazer baixar os preços, mas sim apresentam preços mais elevados que os anteriormente existentes”.Num apelo à concretização de medidas excecionais e com carácter de urgência, os bloquistas quer o reforço da “intervenção estatal no problema habitacional”.
O tema é levado à próxima Assembleia Municipal, na quarta, dia 27, com deliberação sobre o problema do aumento dos custos do alojamento estudantil em Aveiro.
A moção “Por medidas excecionais para responder à emergência de falta de residências universitárias em Aveiro”, que depende dos votos da maioria, seria, em caso de aprovação, enviada ao governo em defesa da “construção de mais residências universitárias para a densificação da oferta pública de qualidade e a preços controlados a estudantes da Universidade de Aveiro”.
Sugere, ainda, “medidas de emergência para responder no curto prazo ao abandono estudantil devido ao preço da habitação, mobilizando edificado público que possa ser utilizado, rapidamente reconvertido, para residências ou ainda protocolando ou requisitando camas ao sector turístico para responder a esta emergência”.
O Bloco nota que “a Universidade tem cerca de 18.000 estudantes, em que mais de metade está deslocada.
Nos últimos 5 anos, o preço de um quarto quase duplicou em Aveiro, situando-se agora entre os 320 e os 350 euros mensais.
Segundo a Associação Académica, vários estudantes vêm-se ainda a ser mais penalizados já que muitos senhorios não passam recibo pelos quartos arrendados” e que “atualmente a Universidade de Aveiro tem 17 residências com mais 800 camas, mas só 170 estão disponíveis para o início deste ano letivo.
Estão em curso os procedimentos para a construção de mais 5 residências da Universidade num total de 320 novas camas, num investimento público de 12,5 milhões de euros.
O BE saúda a medida mas diz que é “insuficiente até porque as residências atuais foram remodeladas e o número de camas foi reduzido em 170”.
Além disso, as novas residências só estarão prontas daqui a 2 anos, não tendo, portanto, impacto no imediato.”