Aveiro: Recolha seletiva melhora indicadores. Autarquia pede calendário para fim de vida do aterro de Eirol.

Aveiro reforça a recolha seletiva de resíduos e regista crescimento e resultados históricos em 2024.

Câmara continua a pressionar para encerramento do aterro sanitário da ERSUC e para nova solução técnica de tratamento de resíduos noutro local da Região Centro.

Tempo de balanço à gestão das políticas ambientais.

A recolha seletiva total aumentou 35%, passando de 5.511 toneladas em 2023 para 7.464 toneladas em 2024, com destaque para o significativo incremento nos biorresíduos em estabelecimentos do canal HORECA (hotelaria, restauração e cafés), cantinas de estabelecimentos de ensino, IPSS, entre outros locais.

Estes números resultam, segundo a autarquia, da estratégia implementada nos últimos anos.

“Os dados do último ano comprovam o sucesso desta aposta da CMA, sendo que estes bons resultados têm o fundamental contributo empenhado dos aveirenses que diariamente contribuem para uma melhor recolha e reciclagem dos resíduos no Município”, afirma o Presidente da Câmara, José Ribau Esteves.

No caso da recolha seletiva trifluxo porta-a-porta, em 2023 foram recolhidas 1.087 toneladas de resíduos, valor que duplicou no ano seguinte, passando para as 2.357 toneladas.

Relativamente aos biorresíduos, foram recolhidas 406 toneladas em 2023 e 1.048 em 2024 – ou seja, mais do dobro.
Este aumento é o resultado de projetos de recolha de resíduos porta-a-porta, implementados pela Câmara de Aveiro em 2023, com a ERSUC.

Atualmente estão abrangidas mais de 5.500 moradias e 331 hotéis, restaurantes, cafés, e outros estabelecimentos ligados ao canal HORECA, numa operação gerida com a Veolia.

A autarquia aproveita o momento para reforçar a posição sobre o fim do aterro sanitário da ERSUC em Eirol e uma nova solução técnica de tratamento de resíduos e noutro local da Região Centro.

Recorde-se que este aterro está perto de esgotar a sua capacidade e que a ERSUC pretende, até junho de 2028, expandi-lo até uma capacidade de 1.200.000 toneladas.

“Para a CMA é tempo – ao fim de muitos anos, de anos demais – de começar a pensar numa nova solução técnica, que entendo dever ser a incineração, noutra localização da Região Centro. Há mais de duas décadas que os resíduos de vários municípios da Região são dirigidos para Aveiro, no aterro sanitário de Taboeira e no UTMB de Eirol. Uma vez esgotada a capacidade da Unidade de Tratamento Mecânico-Biológico (UTMB) de Eirol e do seu aterro sanitário, o destino dos resíduos deverá passar a ser outro”, defende o Presidente da Câmara Municipal de Aveiro.

O autarca vê com bons olhos a iniciativa para a construção de uma incineradora na região centro.

“Saudamos o Governo pela solução apontada no Plano de Ação TERRA – Transformação Eficiente de Resíduos em Recursos Ambientais -, apresentada no passado dia 07 de Março, assumindo a opção de construir uma Incineradora na Região Centro, terminando com a deposição em aterro.

Esta é uma das conclusões do Grupo de Trabalho dos Aterros que o Governo instituiu.

A unidade, a instalar na zona de Tondela, colhe apoio e a autarquia de Aveiro que admite vir a aceitar o prolongamento da vida útil do aterro de Eirol “com condicionante de limitação temporal e concretização prévia de investimentos que aumentem a sua sustentabilidade ambiental e boa relação com as zonas urbanas envolventes”.