O Partido Socialista de Aveiro responde à resposta do PSD sobre as críticas endereçadas à governação de Aveiro nas últimas duas décadas em particular nos últimos 11 anos sob liderança de Rivau Esteves.
A pouco mais de um ano para eleições, Paula Urbano e Simão Santana assinam comunicações sobre “heranças políticas” entre os partidos de poder, com o PS a pedir contas por uma política que não vê como transformadora ou voltada para a coesão social.
Para os socialistas de Aveiro para ser “estruturante” a política municipal deve promover “mudança fundamental na maneira de fazer as coisas e que muda para melhor as expetativas relativamente ao futuro”.
Diz que os executivos de Ribau Esteves gastam em obras a “refazer o já feito”, na Avenida Lourenço Peixinho, na Mário Sacramento, na 25 de Abril, na Avenida Dom António Francisco dos Santos, entre outras, mas com a mobilidade “sempre em suporte da viatura própria, vias pedonais e cicláveis vistosas, mas apenas obra-a-obra, sem rede ou continuidade e com um desprezo olímpico pelas questões climáticas e climatéricas urbanas”.
A estrutura liderada por Paula Urbano Antunes fala em cidade de “projetos isolados”.
“A cidade continua a crescer para a periferia num modelo especulativo de extensão de perímetros urbanos, sem cuidar nem da urbanidade dos lugares nem da sustentabilidade da mobilidade para os servir, a longo prazo”.
O PS encontra atraso na qualificação das Áreas de Atividades Económicas e nas freguesias mas diz que não falta investimento em “estatuária, monumento, estacionamento e rotunda”.
Os socialistas dizem que a cidade está ao serviço do investimento em zonas de acesso restrito, sem cuidar da classe média que não tem condição de recursos para arrendar ou comprar casa.
“A ausência de uma Estratégia Local de Habitação, no Município de Aveiro, impede ainda os que não têm condição de recursos para tal de se candidatarem a apoio para fazerem obras nas suas habitações. E, sim, o centro da cidade de Aveiro está gentrificado. Nele só podem viver os que têm rendimentos elevados”.
O PS admite a existência de obras como estruturantes e relevantes no futuro mas lembra que investir em setores estruturantes deveria representar “fazer algo fundamentalmente diferente”.
A pouco mais de um ano das eleições autárquicas a troca de palavras sobe de tom com os socialistas a repetirem que falta uma mudança “estrutural” que prepare Aveiro para o futuro.
“É por não perceber o que é política estruturante que o PSD tem confundido a capacidade de fazer e de gastar com a capacidade de fazer o que é necessário, investindo no que é mais recomendável”, acusa o PS.
A discussão sobre as travessias para São Jacinto voltou à conversa com o PS a insistir na crítica sobre falta de condições para transportar ambulâncias no ferry.
Diz que o ferry “tem estado ao serviço do marketing territorial, em detrimento de preocupações com questões sociais e de segurança das pessoas de São Jacinto”.
E nem a informação sobre a negociação para a aquisição de um barco ambulância apaziguou o debate.
“A pobre justificação para a inação, desde o primeiro anúncio daquela aquisição, em 2023, ilustra como são geridas as prioridades desta maioria do PSD, que extemporaneamente anuncia que já tinha anunciado que andava a pensar nisso”.
Uma resposta que não esquece as referências à herança socialista pelos 8 anos de Alberto Souto na Câmara de Aveiro.
Lembra que a dívida criada há 20 anos permitiu deixar obra “estruturante e fundamental” para a construção de um Aveiro “desenvolvido e moderno” e hoje esse mesmo Município também se prepara para ir de novo à banca.
“Haverá algum Município que não recorra a crédito bancário? Foi precisamente nessa lógica que a Câmara acabou de decidir contrair um empréstimo bancário, a 20 anos, comprometendo com isso 40% da possibilidade de endividamento do município, argumentando ser esta uma boa prática de gestão. O futuro o dirá, mas que o mesmo sapato não tenha duas medidas”.