Oposição em bloco contra a revisão do Plano de Pormenor do Centro e documento aprovado pela maioria da “Aliança com Aveiro” na Assembleia Municipal.
As principais críticas foram dirigidas ao aumento de construção em altura nalguns lotes do centro.
A autarquia diz que, no limite, a área global de construção diminui, com ganhos para o espaço público, mas os partidos dizem que o centro de Aveiro vai transformar-se numa “zona de sombras” em que os prédios correm o risco de deixar de ver a luz do sol.
A vogal do PCP Joana Lima diz que a autarquia está a facilitar a vida aos empreiteiros.
“Boa sintonia com os proprietários, disse o senhor presidente na sua intervenção. Sintonia ou boda aos ricos”, afirma o PCP.
As críticas do Chega, do PAN e do BE abordam essa realidade quanto ao aumento do número de pisos nalguns lotes e ao enquadramento dado a estacionamento e espaços de lazer que ficam, em muitos casos, na dependência dos promotores imobiliários.
Gabriel Bernardo, do Chega, lembra que há queixas de cidadãos a quem a autarquia poderá estar a trair expetativas quando compararam habitação naquela área.
“Concordamos com a estrutura do prédio em U mas com altura coincidente com os prédios adjacentes”.
Manuel Prior, do PSD, encontra no plano a criação de condições para melhorar o espaço público no centro da cidade.
“Temos um plano com mais área verde e redução de área construtiva”.
Ana Seiça Neves, do PS, repetiu os argumentos que os vereadores do PS já tinham apresentado em reunião de Câmara.
Entende que as alterações merecem explicação detalhada.
Deixou crítica ao aumento da carga imobiliária (com áudio)
Jorge Greno, do PP, saiu em defesa da proposta da maioria para acusar o PS de ir contra algo que ajudou a construir no passado.
Lembra que muito do que hoje está a ser questionado já estava previsto na origem do plano e deu o exemplo do desaparecimento de estacionamentos (com áudio).
João Moniz, do BE, diz que a aposta vai “agravar” o quadro no setor da habitação porque vai fomentar a escalada de preços.
Moniz diz mesmo que é “meter gasolina no fogo”.
Pedro Rodrigues, do PAN, teme pelo impacto das novas políticas.
O vogal diz que a forma de viver a cidade está a mudar e vai continuar a mudar com cada vez menos exposição solar.
“Já foi questionado o risco de aumentar o número de pisos”.
Ribau Esteves considera o plano “democrático” por ter passado por vários executivos.
De Girão Pereira até Ribau passou pelas mãos de Celso Santos, Alberto Souto e Élio Maia.
O autarca considera bizarro que a revisão seja criticada por quem esteve na origem do plano (com áudio)