A Câmara de Aveiro (CMA ) assegura que o Concurso de Ideias do Estudo Urbanístico da Zona da Antiga Lota de Aveiro é apenas uma fase do processo global.

Qualquer intervenção na antiga Lota de Aveiro será sempre sujeita a discussão pública.

No dia em que foi conhecida a proposta vencedora do concurso de ideias, ouviram-se críticas do PS quanto ao método de planeamento, quanto à carga prevista e quanto à tipologia que inclui habitação de luxo.

O socialista Fernando Nogueira, sublinhou, que não concorda com o método desenvolvido pela Câmara, defendendo que devia existir um debate mais alagado sobre o destino a dar aos terrenos.

Deixou preocupações por ver que o concurso de ideias encaminha a ocupação para uma carga razoável de habitação e vê sinais contraditórios com investimento público nas infraestruturas e lucros para privados.

Argumentos que levaram ao voto contra dos socialistas (com áudio)

Fernando Nogueira discorda do concurso de ideias enquanto solução para responder ao futuro da lota.

Fala de um processo em “circuito fechado” e sem debate sobre o “caderno de encargos”.

Nogueira diz que antes de falar de soluções é necessário levantar interrogações sobre os problemas a que se pretende responder.

O Vice-Presidente da autarquia, Rogério Carlos, reafirmou que o compromisso da autarquia é o de lançar o debate e pressionar o Governo a tomar decisões sobre a gestão dos terrenos daquele espaço central da cidade.

Diz tratar-se de um processo pela positiva para estimular consensos.

Alega que o concurso foi lançado com o conhecimento do anterior Ministro das Infraestruturas e surge como desafio para pressionar soluções para aquela área degradada da cidade.

Rogério Carlos quis tranquilizar os membros do executivo e os cidadãos salientando que a discussão sobre os terrenos da antiga lota está, agora, a começar e à espera de decisões do Governo sobre a tutela dos terrenos (com áudio)

O executivo aprovou, por maioria, o relatório do júri sobre os concursos de ideias para o estudo urbanístico da zona da antiga lota e a reconversão do antigo Colégio Dr. Alberto Souto.

A questão mais polémica está centrada no concurso da lota com 9 propostas em que 7 chegaram ao final do concurso.

O vencedor, designado apenas como número 8, recebe 50 mil euros e as ideias ali expressas serão apresentadas em breve pelo Município.

A autarquia diz tratar-se de uma “solução conceptual diferenciada e uma estrutura organizacional explícita, com uma linguagem arquitetónica aprimorada e com referências à memória do lugar”.

Para o júri do concurso, a ideia vencedora apresenta uma proposta com “cuidado paisagístico e espaços de estadia diversificados, bem integrados e valorizada por uma sequência volumétrica dinâmica e coerente”.

Foi ainda aprovada a atribuição de um prémio de participação à “Proposta de Ideia n.º4”, no valor de 10.000€, segunda classificada no Concurso e um prémio de 5.000€ à “Proposta de Ideia n.º7”, que encerrou o pódio na terceira posição.

Quanto ao antigo colégio que será transformado em espaço de artes criativas, o júri avaliou quatro propostas e o vencedor garante 20 mil euros e fica com direito a desenvolver o estudo prévio.

Venceu a “Proposta de Ideia n.º3” que garante o trabalho de conceção da obra e um prémio no montante de 20.000€.

O júri destaca como fatores positivos a “reabilitação de algum do edificado existente, a integração na malha urbana que valoriza o espaço envolvente e a abordagem inovadora na integração da ampliação do Arquivo Distrital”.

Na mesma Reunião, foi ainda aprovada a atribuição de um prémio de participação à “Proposta de Ideia n.º2”, no valor de 8.000€, segunda classificada e um prémio de 2.000€ à “Proposta de Ideia n.º4”, classificada em terceiro lugar.

O espaço do Antigo Colégio Dr. Alberto Souto será transformado num centro de arquivo, educação, cidadania e cultura.

Espaço de acolhimento de criativos, pensadores, artistas, educadores, instituições públicas e privadas.

Com a reabilitação dos edifícios existentes e a construção de novos, serão criadas condições para acolher a criação artística, através de um conjunto de espaços de residência, de acolhimento, com estúdios e espaços para conferências, espaços de produção e de apresentação, bem como local para acolher as memórias do espólio Municipal.