A aprovação do Programa de Ajustamento Municipal (PAM) pode significar o encerramento de um ciclo de debates sobre a herança, sobre a dívida e os diferentes 'modelos' para acabar com os problemas e a maioria PSD/CDS espera que seja o fim dos debates sobre a contradição entre as políticas de Ribau Esteves e Élio Maia.
Para Ribau Esteves, Presidente da Câmara, a discussão tem-se arrastado ao ponto de ser como a “sarna” sempre que a oposição fala em contradições nos 11 anos de coligação PSD/CDS. (com áudio)
O autarca ouviu, esta semana, críticas de PS e Movimento Independente Juntos por Aveiro sobre a mudança operada na maioria que defendeu impostos, ao tempo de Élio Maia, e que optou pelo aumento da carga fiscal e controlo da despesa, com Ribau Esteves.
João Sousa (PS) diz que, afinal, são os Presidentes que determinam a corrente seguida pelos partidos da maioria.
"A mesma 'maioria' que diminuiu os impostos, no mandato seguinte, pelas mesmas pessoas, tem um comportamento, perante a mesma situação grave, completamente diferente. Ou estão para a esquerda ou para a direita. Não há um sentido racional perante uma determinada realidade. As maiorias são influenciadas pelos protagonistas, para mal dos aveirenses, que poderiam ter um problema resolvido há sete anos e que se arrastou até agora", disse.
Rita Encarnação, do MIJPA afirma que se há mérito de Élio Maia "é manter a coerência por defender até ao fim o modelo em que acreditava" e que considerava que "não teriam de ser os munícipes a pagar o buraco financeiro da autarquia".
"As pessoas que apoiavam o dr. Élio de um dia para o outro passaram a apoiar outro presidente com outra postura totalmente diferente. A convicção do dr. Élio nunca mudou".
Ribau Esteves não esconde que ao fim de três anos "é tempo de enterrar o assunto da herança e das diferentes maiorias" dentro da maioria PSD/PP. "Isto é como a sarna. Meia volta volta e meia temos que nos coçar com ela aqui no executivo. Também vou contribuir para coçar mas já estamos a chover no molhado".