Aveiro a cumprir o primeiro de dois dias de luto pelo falecimento de Celso Santos aos 81 anos.
O antigo presidente da Câmara de Aveiro que tinha também sido presidente da Câmara da Murtosa faleceu, ontem, deixando marcas em todos os antigos autarcas da cidade.
Ribau Esteves fala de um “homem Bom e dedicado à causa pública” capaz de executar “um trabalho de cidadania ativa e solidária, num exercício exemplar de vida e de criação de amigos”.
Celso Santos desenvolveu a sua vida profissional na área da Educação assumindo vários cargos de responsabilidade ao nível da gestão escolar.
Em Aveiro foi Vereador em exercício durante 9 anos, sendo Presidente da Câmara Municipal de Aveiro de 1994 a 1997, quando Girão Pereira seguiu para o Parlamento Europeu.
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Ria, de 1998 a Maio de 2002, entre outras funções em instituições públicas e Associações privadas sem fins lucrativos, tendo recebido reconhecimento formal no ano 2003 com a atribuição da Medalha de Mérito Municipal em Prata.
Alberto Souto Miranda recorda o homem que bateu nas urnas por gestos como o que teve logo em plena noite eleitoral em 1997.
“Na noite em que ganhei as eleições em 1997, surpreendendo todos, desceu da sede do CDS onde o clima era pesado e irrompeu pela minha sede campanha onde reinava a euforia. Abriram alas para ele passar. Vinha cumprimentar-me pela vitória. Esse gesto não marcou apenas a qualidade da democracia local que procuramos servir nesses anos. Era um traço da sua personalidade: dialogante, diplomata, homem de fazer consensos, foi um autarca sem mácula”.
João Pedro Dias, que foi candidato à Assembleia Municipal no momento em que Celso Santos foi candidato à Câmara em 1997, fala de um autarca de eleição.
“Afável e sempre disposto a resolver qualquer problema que se lhe apresentasse foi, conjuntamente com os já desaparecidos Girão Pereira e Vítor Silva, parte fundamental de uma administração autárquica que projetou Aveiro para lá das suas fronteiras, tornando-a numa cidade moderna, desenvolvida e próspera”.
Realça a distinção de um autarca que tendo sido derrotado assumiu lugar na vereação e deu estabilidade à governação.
“Eram tempos em que as pessoas se respeitavam e em que a palavra dada era palavra honrada. Celso Santos foi, nessa altura, um escravo da sua palavra e um honrado vereador, cargo que exerceu com sobriedade e dignidade apesar de ter sido, anteriormente, presidente da Câmara. Não conheço muito exemplos iguais em modéstia, humildade e respeito integral pela vontade do eleitorado”.