Ribau Esteves e Wilson Carmo já reuniram, falaram presencialmente e a autarquia de Aveiro diz que o passado está agora arrumado à espera de um novo ciclo de trabalho conjunto entre autarquia e Associação Académica da Universidade de Aveiro.
Esse encontro aconteceu ontem e coloca ponto final nas divergências públicas assumidas entre as entidades e que teve o apogeu na tomada de posse dos órgãos sociais da Associação Académica.
“Realizada a referida reunião, foi feita a análise sumária dos dois anos de relação CMA / AAUAv, com esclarecimentos de parte a parte, tendo sido decidido, colocar um ponto final nessa etapa de dois de relacionamento mais difícil e dar início a uma nova etapa de relação institucional entre a CMA e a AAUAv, de cooperação ativa e intensa, definindo-se áreas de cooperação e mecanismos de comunicação, fixando-se trabalho para os próximos dias de forma a que durante o presente mês de fevereiro 2024 seja alcançado um acordo de cooperação a formalizar e executar durante este ano 2024. Foi uma excelente reunião, que abre um novo e seguramente bom e profícuo espaço de cooperação, fortalecendo a CMA e a AAUAv, e em especial as Comunidades que ambas as entidades servem”, refere nota da autarquia que aproveitou para historiar todo o processo de relação com dirigentes académicos.
Uma resposta ao discurso do dirigente associativo que criticou o afastamento e a falta de apoio da autarquia na sessão de tomada de posse.
Ribau responde que sempre manteve “bom histórico da relação com os cinco Presidentes da AAUAv, nos últimos dez anos” enquanto autarca em Aveiro e defende que “sempre teve a maior respeitabilidade institucional pela AAUAv e pelos seus órgãos, certos de que esta Associação é um elemento estratégico da maior importância na integração dos Estudantes que chegam a Aveiro”.
Fala em histórico positivo quebrado com a chegada de Wilson Carmo à associação que, segundo o autarca, terá quebrado o “princípio de respeitabilidade institucional” deixando de comparecer nos eventos e momentos protocolares de relevância Municipal, convites que terá deixado sem resposta.
Um distanciamento que foi crescendo quando a autarquia deixou de ter espaço e tempo para se dirigir à Comunidade Académica em atos institucionais.
O autarca culpa a AAUAV pelo fim da sessão de boas-vindas aos Caloiros da UA e diz ter deixado de ser convidada para atos relevantes na vida Associação Académica.
Nota, ainda, “lapsos de memória” no dirigente associativo que passou a ignorar a presença da autarquia em eventos desportivos.
E sobre a alegada falta de apoios afirma que a relação não pode ser vista à luz da década uma vez que durante três anos a autarquia esteve impedida de apoiar associações.
O que leva o autarca a considerar “politiquice” de Wilson Carmo quando se refere aos 10 anos de mandatos de Ribau Esteves em Aveiro quando o dirigente acumula apenas dois anos de liderança da AAUAV.
Como sinais de abertura e valorização do associativismo recorda que uma das primeiras medidas tomadas, logo que possível, foi saldar uma dívida antiga que tinha com a AAUAv, no valor de 65 mil euros em 2017.
Cita apoios a núcleos da AAUAV como o GretUA, Tuna da Universidade de Aveiro e isenção de taxas e cedências de equipamentos em eventos da AAUAV como sinais de colaboração.
No campo dos transportes afirma que implementou aumento da oferta dos transportes públicos para os Estudantes da UA, na ligação ao Campus da UA, mas sem “colaboração ou proposta objetiva” da AAUAv.
Num documento que passa em revista todos os pontos de contacto, o presidente da Câmara questiona, ainda, as ausências do organismo e do seu presidente no Conselho Consultivo da Juventude, no Conselho Municipal de Educação, nas ações do Aveiro Tech City Open Days ou em eventos como a Maratona da Europa sabendo-se que a AAUAv tem no desporto uma das suas apostas estratégicas.
O autarca critica o que diz ser o “contínuo e crescente” descomprometimento da parceria institucional com a CMA e na hora do balanço às contas relembra que a AAUAv mantém uma dívida 8575 euros, por serviços prestados pela TEMA e pela Move Aveiro e outra no valor de 10 mil euros ao Parque de Feiras e Exposições de Aveiro.
A fechar a análise, critica a venda, sem autorização prévia, de um antigo prédio doado pela autarquia, no centro, por 250 mil euros.
O autarca apresentou o “relatório” de uma relação fria mas conclui que, agora, tudo vai ser diferente ao longo do ano 2024.
Quanto a Wilson Carmo não se manifestou sobre esta reunião e o defecho do encontro.