Aveiro destaca a longevidade do Portugal Democrático, agora que há mais anos de democracia do que em ditadura para chamar a atenção para a importância de responder de forma cada vez mais eficaz aos anseios dos cidadãos.
A "longevidade" (48 anos) faz com que uma parte dos portugueses já só conheçam a mudança de regime como relato histórico.
Ideia geral que fica da celebração na Assembleia Municipal de Aveiro nos discursos dos porta-vozes de todas as bancadas que apelam à manutenção dos ideais.
Luís Souto, presidente da Assembleia Municipal, chamou a atenção para os tempos instáveis lembrando que Abril abriu caminho à integração Europeia.
Fez um elogio à liberdade e à paz em tempo de guerra na Europa (com áudio).
Filipe Ramos, do PPM, partido integrado na Aliança com Aveiro, defendeu que hoje o desafio é a “qualidade da democracia” deixando alerta para o crescimento eleitoral de movimentos extremistas.
Em representação do PCP, António Salavessa queixou-se da forma como o Partido tem sido tratado pelas suas posições em torno da guerra na Ucrânia.
Diz que falta abertura para ouvir e perceber o outro.
Gabriel Bernardo, do Chega, fez um discurso idêntico mas lamentando que o seu partido seja alvo de “cerca sanitária” sentindo-se limitado na sua ação.
Pedro Rodrigues, do PAN, salienta que a guerra demonstra que o grande desafio das democracias é saber “incluir sem rotular”.
João Moniz, do BE, apostou na questão ideológica.
Diz que as políticas de direita desgastam o sistema por criarem quadros de desigualdade aproveitados por respostas populistas.
Jorge Greno, do PP, teve resposta quase à medida do enunciado do BE e denunciou o que diz ser o aproveitamento de extremistas e radicais, à esquerda e direita.
Francisco Picado, do PS, avisa que hoje há cada vez mais gente para quem o 25 de Abril é coisa dos livros de história e de que há risco real da liberdade ser colocada em causa exatamente por ser dada como garantida.
Manuel Prior, do PSD, acentuou a ideia de qualificação da democracia para não dar terreno a extremismos e defendeu uma aposta na aplicação de recursos como respostas em áreas essenciais e apelou ao reforço de políticos apostados na causa pública.
As diferentes posições em ficheiro áudio que resume de forma sequenciada as intervenções (com áudio)
Ribau Esteves, autarca de Aveiro, defendeu o papel do poder local na consolidação do modelo democrático num apelo à descentralização.
“Este é um tempo de trabalhar a descentralização, mas com mais dimensão, expressão e qualidade”.
O autarca não perdeu a oportunidade para reclamar, de novo, avanços no projeto de “ampliação e qualificação” do hospital de Aveiro (com áudio).
A sessão contou com a presença de moradores do Bairro do Griné que com cartazes voltaram a mostrar a sua indignação pelos despejos no bairro do IHRU.
Poucos dias depois da presença Assembleia Municipal de Abril repetem presença a pedir alternativas de habitação.