Contas de 2015 aprovadas por maioria, com abstenções do PP, do PS e da CDU e voto contra do Bloco de Esquerda. A Assembleia Municipal de Ílhavo votou na sexta-feira os documentos referentes a 2015 com o elogio da bancada Social Democrata que vê nos indicadores apresentados melhoria ao nível das contas e sinais de “gestão rigorosa”.
“É um documento que reflete e constata, de uma forma clara e objetiva a continuada evolução do investimento e do desenvolvimento equilibrado e integrado do nosso território, sempre na senda da criação de riqueza e crescimento sustentável, numa oferta de ações e serviços da alta qualidade e modernidade, que contribui de uma forma inequívoca para o engrandecimento do nosso Município”.
A bancada Social Democrata realça as “elevadas” taxas de execução de receita e de “controlo de custos” e “aumento do investimento” que rondou os 9,5 milhões de euros. “São estes os fatos que nos orgulham e que deixam a nossa oposição (PS e CDU), apesar de um discurso incoerente e contraditório, a não votarem contra o Relatório e Contas da Câmara Municipal de Ílhavo de 2015, porque não tem argumentos para o fazer”.
O PS diz que houve despesismo no passado e que agora se paga a fatura desse ciclo e fala em “falhanço do PSD” ao nível da redução da dívida. A prestação de contas, segundo os deputados socialistas, regista que a Câmara “está longe de estar recuperada da fúria investidora do ciclo autárquico anterior que durou 16 anos, que colocou a Câmara Municipal num espartilho que limita a capacidade financeira da autarquia para dar resposta aos problemas do presente e aos desafios do futuro, sendo disso exemplo paradigmático o facto de a dívida não diminuir em 2015, porque surgiram contratempos ao longo do ano, como são o pagamento de cerca de 1 milhão e meio de euros em encargos fruto de imposições judiciais em processos que a Câmara perdeu”.
Sérgio Lopes, deputado municipal e Presidente do Partido Socialista de Ílhavo, sublinhou a “responsabilidade” do atual Presidente da Câmara “pela falta de rigor dos exercícios anteriores, realidade que o PSD finalmente admite, ainda que tentem os autarcas do PSD desviar-se dessa imputação que gerou riscos de contração da capacidade financeira da autarquia até 2021, como até Fernando Caçoilo admite em declarações recentes”.
O peso do serviço da dívida, a carga fiscal e a falta de infraestruturas básicas na Gafanha do Carmo e na Gafanha da Encarnação levam o PS a falar em “opções políticas em fim de ciclo”.
José Ângelo, do PCP, teme que as contas não sejam exatamente a realidade que se apresenta nos documentos e admite que alguns processos judiciais possam significar agravamento.
“Tudo isso se baseia em impostos altíssimos e continuamos sem vontade política de os descer. Inaugurações de caminhos e avenidas que levam a lado nenhum foi o que foi feito com teatros aqui e centro culturais ali. Agora é gerir o pouco dinheiro que temos, corretamente, e tentar subsistir”
kevin Tavares, do BE, afirma que a anunciada melhoria resulta de obrigações legais colocando o voto contra como forma de acentuar as diferenças entre as linhas políticas (com áudio). “Ainda bem que a autarquia diz que está a melhorar. Há 4 ou 6 anos era difícil piorar. O rigor de que o executivo se gaba foi imposto por obrigações legais”.
Notícia em atualização