AMA: Dissolução das empresas municipais TEMA, EMA e MoveAveiro e Plano de Internalização aprovados por maioria esta noite. (notícia actualizada)

A dissolução das empresas municipais TEMA, EMA e MoveAveiro e o respectivo Plano de Internalização da actividade no Município de Aveiro foram pontos discutidos e aprovados esta noite, por maioria, na segunda sessão de Abril da Assembleia Municipal de Aveiro. (Votaram contra o PCP e o BE, abstiveram-se os Deputados do PS e do MJPA e votaram favoravelmente os Deputados do PSD, PP e um do PS).

Relativamente à concessão da MoveAveiro, Ribau Esteves, líder autárquico, assegurou que a titularidade da operação "é da Câmara". Ribau Esteves adiantou que no âmbito da 'obrigatória' extinção das empresas municipais, vai concessionar os serviços da Moveaveiro, entregando a privados os autocarros e as carreiras fluviais, baixando o desequilíbrio financeiro em mais de 1, 4 milhões de euros.

"Somos a entidade concedente e somos nós que ditamos as regras, (as rotas, horários, tarifários e financiamentos)", disse.

A Câmara "tem de financiar" as operações. "Acham que alguma empresa privada está interessada em transportar pessoas para São Jacinto? Acham que alguém está interessado em transportar pessoas para zonas com baixíssima densidade populacional? Nenhum operador privado quer fazer isso. Nós vamos assegurar esse serviço", garantiu.

"Queremos e vamos prestar esse serviço mas, com autocarros de qualidade e com serviço cumpridor de horários", sublinhou o autarca.

Para Ribau Esteves, em 2014, todas as empresas municipais de Aveiro melhoraram os seus resultados financeiros "porque nós começámos a trabalhar a 23 de Outubro à noite". "Foram tomadas muitas medidas e as contas são claras. Em todas as empresas há melhorias objectivas e quantificáveis financeiramente. Acabaram os desvarios e o dinheiro gasto à 'papo-seco'. 2014 foi um ano profundamente diferente dos de 2012 e 2013. Isto teria potencial para ser doutra maneira mas a realidade é esta. Não suportamos mais déficites financeiros de dois milhões de euros anuais, não suportamos isso", vincou, após uma interpelação do Deputado do PCP, Filipe Guerra que referiu que os documentos apresentados sobre a MoveAveiro são "confusos".

"Fica a ideia que se houvesse dinheiro a frota seria renovada e a empresa não seria, eventualmente, desmantelada. Os executivos municipais que criaram a MoveAveiro  e os que chegaram depois, sabotaram a empresa e destruíram-na, afastando-a das populações e dos seus interesses. O Estado deveria aplicar indemnizações compensatórias pelo serviço público prestado pela MoveAveiro, como aconteceu em Lisboa e no Porto. Aqui nunca ninguém lutou pela empresa, nenhum executivo pediu isso ao Governo", acusou.

João Pedro Dias do BE defendeu a integração plena dos trabalhadores na Câmara, defendeu a municipalização da MoveAveiro mas "infelizmente rejeitaram as nossas propostas". "Sem concurso público entregaram quatro 'linhas' à TRANSDEV, promovendo mal as linhas que se tornaram redundantes. O caminho da concessão é errado porque é pior que o da privatização porque dá financiamento público em beneficio de uma entidade privada", disse.

Francisco Picado do PS apresentou 'dúvidas' sobre as opções da Câmara relativamente à mobilidade "do ponto de vista público". "Quando falamos de transportes se eles forem explorados exclusivamente por privados não estamos a falar de serviço público. Os privados só querem a obtenção do lucro. A Câmara deve comparticipar o modelo para cumprir a sua função pública". Perante a questão socialista, Ribau Esteves assegurou esse 'financiamento' para "assegurar serviços de transporte de pessoas que nenhum privado quer prestar".

 

Foto: AMA