O Município de Albergaria-a-Velha aproveitou a celebração do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios para inaugurar o polo museológico ao ar livre das Mamoas do Taco, monumento megalítico com cerca de 6 mil anos.
Situadas na Zona Industrial de Albergaria-a-Velha, as duas mamoas que resistiram à urbanização do Concelho foram alvo de uma intervenção que permitiu a sua valorização e restauro.
António Loureiro, presidente da Câmara de Albergaria, realça a importância de trabalhar monumentos que ajudam a perceber a história do Município (com áudio).
Na mesma altura foi lançado o livro “Taco a Taco – A história de 2 monumentos”, do arqueólogo que conduziu os trabalhos de restauro, Pedro Sobral Carvalho que destacou a singularidade dos monumentos recuperados. “Ao contrário do megalitismo em montanha, da zona de Arouca, esta caracteriza-se por necrópoles muito pequeninas com monumentos isolados”.
O Vereador da Cultura, Delfim Bismarck, referiu que a criação do polo museológico “é um importante passo na salvaguarda e valorização dos mais antigos vestígios de ocupação humana no território, que hoje conhecemos por Albergaria-a-Velha”. Um esforço que será mantido nos próximos anos:
Delfim Bismarck explica que a valorização e requalificação das mamoas vem dar visibilidade aos resultados da campanha arqueológica que ali ocorreu entre 2014 e 2015. O arqueólogo Pedro Sobral Carvalho encontrou fragmentos de cerâmica, machados de pedra polida e uma mó manual que terá servido para pintar as paredes do dólmen.
As mamoas são sepulturas que deveriam acolher as pessoas importantes da época. Geralmente são caracterizadas por uma pequena elevação no terreno, uma forma que está na origem do nome, e no seu interior fica o dólmen ou anta, uma forma arquitetónica, com ou sem câmara, constituída por lajes de pedra, onde fica a sepultura.
Bastante antigas e espalhadas por todo a Península Ibérica, as mamoas foram desaparecendo graças à crescente urbanização do território. Os primeiros trabalhos arqueológicos nas Mamoas do Taco ocorreram em 1985, com o arqueólogo Fernando Silva. Estão situadas à face da estrada, na Zona industrial, encravadas entre unidades fabris. Os trabalhos de valorização incluem painéis explicativos, permitindo que sejam visitadas.