Martins de Cruz alerta para as consequências do alargamento da União Europeia.
O embaixador, um dos convidados da conferência do PSD/Aveiro sobre os desafios da UE, afirma que o alargamento a leste vai apresentar mudanças no status.
“A Europa vai entrar numa fase com situações que podem ser desfavoráveis para Portugal se não forem acautelados os nossos interesses. O maior risco será o alargamento ao leste europeu. As consequências serão não apenas políticas, mas geo-estratégicas, económicas e financeiras. E irá alterar o paradigma europeu em que temos vivido desde a adesão”, afirmou.
O debate realizado na passada sexta contou com contributos de Martins da Cruz, Ribau Esteves e Cláudia Aguiar.
Na abertura da conferência, o Presidente do PSD Aveiro, Simão Santana, evidenciou aqueles que considera três dos grandes desafios para a Europa e para a União Europeia (UE), a curto e médio prazo.
“O desafio do regresso das regras orçamentais que entrarão em vigor em 2024, a previsível entrada de novos Estados-Membros na UE e a guerra na Ucrânia provocada pela Rússia, com diversos impactos ao nível Humanitário, Social e Económico em todo o Continente”.
Ribau Esteves, membro do Comité das Regiões, falou sobre a Política de Coesão e o facto de o Quadro de Fundos Comunitários 2021-2027 (Portugal 2030) ainda não estar ao dispor dos Municípios e Regiões.
“Estamos no seu terceiro ano de execução formal, mas em Portugal, como na esmagadora maioria dos Estados-Membros, ainda não estamos, sequer, no primeiro ano em que as verbas se encontram ao dispor das Autoridades Locais e Regionais para aprovarmos e executarmos projetos”, afirmou o Autarca, recordando “que estamos no último ano da execução das verbas do Quadro Financeiro Plurianual anterior (2014-2020) e estamos também – embora com uma fatia muito pequena – a executar as verbas do Mecanismo Europeu da Recuperação e da Resiliência”, disse.
Para a Eurodeputada Cláudia Aguiar o país e a UE enfrentam “desafios complexos e interligados, que só podem ser superados através de esforços concertados”.
“Da economia ao ambiente, da digitalização às migrações, precisamos de uma Europa forte, mas que reconheça as especificidades dos vários Estados Membros, como Portugal. Aveiro pode liderar, com os apoios financeiros europeus em matéria de transição digital e combate às alterações climáticas, especialmente nos setores relacionados à tecnologia, energias renováveis e turismo”.
No encerramento, Paulo Cavaleiro deixou referência ao regresso da concelhia do PSD aos “grandes debates”.
“Os conferencistas e a Comissão Política do PSD/ Aveiro, por realizar mais um debate sobre um tema fundamental para o futuro do Município e do País. Aveiro e os Aveirenses já não estavam habituados a ter uma Secção do PSD de Aveiro com este dinamismo, é mesmo caso para dizer que em Aveiro, o campeão voltou”.