A Direção da União de Sindicatos de Aveiro fala em “data histórica” e “extraordinária evolução civilizacional” com a equiparação dos salários entre homens e mulheres no setor corticeiro. Lembra que havia salários diferenciados para trabalhadores com as mesmas tarefas, diferenciados apenas pelo género dos que as desempenhavam.
Quando, no final deste mês de Junho, as trabalhadoras do sector corticeiro receberem os seus salários, fá-lo-ão, pela primeira vez na história deste sector, sem discriminação salarial face aos homens, seus colegas de trabalho. “Este resultado demonstra que a luta de décadas destas mulheres, que é, ao fim de vários anos, coroada de êxito pleno, valeu a pena, e que a organização das trabalhadoras corticeiras no seu sindicato de classe, o Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte, filiado na CGTP-IN, foi fundamental para o desenvolvimento das negociações com a Associação Patronal, obrigando-a a aceitar um processo de eliminação gradual, desde 2008 até hoje, das discriminações que, nesse ano, ultrapassava os 100 euros”.
O processo acabou por revelar uma progressão lenta mas o acordo foi alcançado. “Não correspondendo ao desejado pelos trabalhadores, que exigiam o fim mais célere da mais anacrónica das discriminações laborais ainda existentes no nosso país, e que o patronato bloqueou quanto pôde, com o apoio dos sucessivos Governos, deu agora o seu pleno resultado”.