A Quercus acompanha estudo de impacte ambiental de aviário industrial em Mira e manifesta-se contra essa estrutura.
Na passada terça-feira terminou o prazo para qualquer pessoa ou entidade avaliar o Estudo de Impacte Ambiental da proposta de construção de cinco unidades de criação de frangos, na zona do Seixo, norte do concelho de Mira, vizinha da região sul do concelho de Vagos.
A Quercus diz que se trata de um projeto “megalómano” para que num espaço de 200 hectares de terras agrícolas e florestais nasça uma zona industrial.
“Essa zona industrial acolherá 5 unidades de produção, cada uma delas com 3 gigantes aviários, num total de 15 aviários e de todos os equipamentos e vias necessários para o seu funcionamento”.
Os ambientalistas mostram “estranheza” pelo facto de se permitir que “unidades industriais venham destruir e ocupar ainda mais terrenos que deveriam ser uma área de proteção de Reserva Agrícola e Reserva Ecológica Nacional”.
Na lista de fatores negativos vê problemas ligados à “recolha e transporte dos resíduos sólidos resultantes, e também qual o seu destino final; o destino final dos efluentes líquidos, recolhidos em fossas que deverão ser estanques; a falta de estudos credíveis sobre a exagerada utilização de água captada no subsolo e influência nos níveis freáticos; a poluição do ar, derivado das caldeiras de queima de matérias orgânicas para aquecimento dos pavilhões; a intensidade dos maus cheiros e poeiras resultantes das operações diárias, bem como a identificação das populações mais afetadas; a poluição sonora e do ar resultante do aumento impressionante de veículos pesados a circular nas estradas”.
A Quercus defende que seria importante avaliar se uma receita de desenvolvimento baseada no apoio a pequenos produtores de frangos de qualidade, de forma mais dispersa pelo concelho de Mira, não teria melhores resultados sociais e ambientais do que uma “aposta megalómana”.
O Núcleo de Aveiro da Quercus, na sequência das participações neste processo de consulta pública, espera que não seja efetuada a alteração do Plano Diretor Municipal de Mira e da carta da Reserva Ecológica Nacional, deixando apelo à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro para uma intervenção “inteligente e independente” de interesses privados em defesa do ordenamento do território.
Está a correr um abaixo assinado que protesta contra a possível instalação da estrutura promovida pela Lusiaves em Mira.