A Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro assume que a quebra na procura do mercado espanhol pelo pescado nacional acabou por atirar os preços para baixo.
Mesmo nos peixes de qualidade, espécies que o mercado espanhol mais procura, foram notadas quebras.
Paulo Lopes, presidente da APARA, fala em reduções que chegaram aos 70% com a redução do mercado espanhol e com o encerramento dos restaurantes nacionais (com áudio)
“Os impactos diretos na atividade surgiram mais no início com o Estado de Emergência em que os preços caiaram bastante, cerca de 70%. Mas agora há estabilização de preços. Se isto se mantiver mais algum tempo acredito que poderá estar controlado. Com os restaurantes fechados e Espanha em dificuldades os nossos mercados estão afetados. É o nosso principal comprador”.
Tempos difíceis para a pesca artesanal e costeira com os pescadores a explicarem que tomaram precauções com a saúde pública.
“Tomamos cuidados e diretamente não há ninguém infetado, pelo menos que saibamos para já, e mantivemos a atividade menos ao sábado e domingo que foi proibida”.
“Os pescadores têm as famílias em casa devido às fábricas que fecharam, para quem tem familiares na indústria. Tomamos cuidado e não nos aproximamos muito. Quando a família vem dar uma ajuda nas embarcações tentamos manter distância”.
Paulo Lopes teme pelo fim do Estado de Emergência e diz que o país não deve facilitar. “Acho que com a retirada do Estado de Emergência vão surgir mais casos. Já se vê mais gente a andar por aqui”.
Quanto ao futuro do setor, esteve em discussão esta semana numa reunião com o Ministro do Mar num encontro na Docapesca na Gafanha da Nazaré.
A pesca artesanal assume que tenta sensibilizar o Governo melhorar as quotas da sardinha.
“Andamos a tentar negociar com o Governo a atribuição de quotas e queremos que este ano a quota da sardinha seja maior. Mas não está nas nossas mãos. Vamos ver o que o Governo vai dar”.