A Região Centro foi a região que mais resistiu aos efeitos económicos da pandemia.
É a conclusão da CCDRC (na foto) aos mais recentes resultados das Contas Regionais de 2020, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística.
Apesar do Produto Interno Bruto (PIB) ter diminuído em todas as regiões portuguesas em 2020, o Centro teve o desempenho menos negativo, apresentando o menor decréscimo do PIB entre as várias regiões.
Este decréscimo foi determinado pela contração do Valor Acrescentado Bruto (VAB) dos ramos do comércio, transportes, alojamento e restauração e da indústria, mas de forma menos acentuada do que nas outras regiões.
Para Isabel Damasceno, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), “apesar do forte impacto que a pandemia teve na atividade económica durante o ano de 2020, a região Centro mostrou a sua resiliência”.
“A estrutura produtiva da região, diversificada, territorialmente heterogénea e baseada num tecido empresarial com elevados graus de flexibilidade e de resistência, ajuda a explicar estes resultados”
Em 2020, o PIB da Região Centro ascendia a 38,4 mil milhões de euros, representando 19,2% do total do país e posicionando o Centro no terceiro lugar a nível nacional, depois da Área Metropolitana de Lisboa e da Região Norte.
O PIB regional registou uma variação nominal de -4,0% e real de -5,9% face a 2019.
No entanto, esta diminuição foi menos intensa do que a média nacional, uma vez que o país registou um decréscimo nominal de 6,7% e real de 8,4%.
Em todas as sub-regiões da Região Centro, o PIB diminuiu em termos nominais e reais, destacando-se o Oeste e a Beira Baixa com as variações mais negativas.
Já as quebras menos significativas ocorreram nas Beiras e Serra da Estrela (-3,4%) e Viseu Dão Lafões (-3,5%), em termos nominais, e em Viseu Dão Lafões (-5,3%) e na Região de Coimbra (-5,4%), em termos reais.
As quatro sub-regiões do litoral foram responsáveis por mais de dois terços da riqueza criada na Região Centro em 2020: Região de Coimbra (20,6%), Região de Aveiro (18,5%), Oeste (15,1%) e Região de Leiria (14,6%).
As sub-regiões com menor peso relativo no PIB regional foram a Beira Baixa e as Beiras e Serra da Estrela, que geraram uma riqueza de 3,7% e 7,7%, respetivamente.
Também o PIB por habitante e a produtividade do trabalho diminuíram.
O PIB por habitante da região Centro cifrava-se nos 17.275 euros, traduzindo um decréscimo de 780 euros em relação a 2019.
Este valor representava 88,9% da média nacional, tendo convergido para o valor nacional, já que aumentou 2,3 pontos percentuais face ao ano anterior.
Analisando ainda o desempenho do PIB por habitante das sub-regiões em relação ao ano anterior, constata-se que todas convergiram para a média nacional.