O presidente do Clube de Vela Costa Nova “convoca” todos os desportistas e dirigentes das associações náuticas da Ria de Aveiro a transformarem-se em “embaixadores” da causa do desassoreamento para se travar a degradação do estuário.
Falando na cerimónia de entrega de prémios da regata das 4 Horas da Costa Nova – Município de Ílhavo, disputada no fim de semana, Paulo Ramalheira alertou que, “se nada for feito, dentro de dois anos assistiremos impotentes a um divórcio definitivo entre o desporto náutico, nomeadamente a vela ligeira, e a nossa Ria”.
“O assoreamento é já hoje tão grave que no interior da marina do CVCN só é possível navegar de meia maré para cima”, lamentou Paulo Ramalheira, indicando que “este problema é comum” a todos os clubes da Ria.
O presidente do CVCN lançou um apelo a todos os municípios da Ria, e nomeadamente à Comunidade Intermunicipal de Municípios da Região de Aveiro (CIRA), para que “tratem este problema com máxima prioridade” para se “travar a degradação” de um “ecossistema que tem características únicas no nosso país e é uma fonte de riqueza da região”.
“É urgente passarmos das reflexões, das discussões públicas e dos estudos para a prática se quisermos continuar a ver velas brancas na água e embarcações da pesca artesanal no estuário. Se nada for feito, dentro de dois anos perderemos irremediavelmente a nossa Ria”, alertou o presidente do clube.
A regata das 4 Horas da Costa Nova – Município de Ílhavo, uma das mais emblemáticas provas que se disputam anualmente na nossa Ria, reuniu cerca de quatro dezenas de embarcações, totalizando cerca de uma centena de desportistas.
Pela primeira vez este ano, o percurso da prova foi alargado ao perímetro do Jardim Oudinot, para que os visitantes do Festival do Bacalhau tivessem a possibilidade de, adicionalmente, poderem assistir à passagem dos velejadores.