O Conselho de Administração da SAD do Beira-Mar lamenta o alheamento dos aveirenses em relação à SAD e diz que desde que reassumiu os destinos da sociedade anónima a 4 de Maio deste ano tem procurado relançar a atividade numa estrutura moribunda. “Cumpre recordar o estado em que a SAD do Beira-Mar se encontrava nesse momento: caótico, desorganizado, sem um único documento contabilístico ou qualquer contrato nos serviços administrativos. Os salários não eram pagos desde Janeiro de 2015, dívidas à Segurança Social e Fisco por liquidar, trabalhadores com o contrato suspenso por falta de pagamento. Em bom rigor, na presente data, o Conselho de Administração da SAD ainda desconhece a dimensão da dívida que a gestão anterior deixou, nem a identidade de todos os credores da sociedade”.
Assume que são necessários milhões de euros para recuperar a SAD e que a solução mais fácil seria abandonar o barco mas admite que por apelo do Presidente do Sport Clube Beira-Mar, António Cruz, tudo está a fazer para manter a atividade.
O cumprimento dos pressupostos da Liga e o pagamento aos jogadores foi um dos passos concretizados com intermediação do Sindicato. Da Liga chegou a confirmação dos contratos registados e da necessidade de cumprir com o pagamento de 90 mil euros. “Recordamos que na conta do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol já se encontravam 45 mil euros, depositados em momento anterior. Pelo que, com esta transferência internacional o pressuposto foi cumprido na totalidade. Esta era a única forma que a SAD tinha de cumprir o requisito em questão porque ainda hoje não tem dados que lhe permitam depositar directamente nas contas bancárias dos atletas o valor correspondente aos salários em atraso. E que ninguém duvide que os 90 mil euros foram transferidos para a conta do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol”.
Lamenta, por isso, a falta de “reconhecimento público” ou pelo menos, “de agradecimento por parte dos sócios, adeptos, simpatizantes do Beira-Mar e dos Aveirenses em geral”. Reage também a quem crítica a alegada falta de condições para competir.
“Seja por ingratidão, por inveja, ou devido a interesses pessoais que se sobrepõem aos interesses superiores do Beira-Mar, a verdade é que desde que a candidatura foi apresentada em tempo útil (17h55 de Segunda-Feira), a SAD do Beira-Mar tem sido alvo de mentiras constantes na praça pública e na comunicação social, chegando-se ao ponto de se afirmar que a transferência bancária acima descrita não tinha ocorrido, que era falsa ou que todo o processo de candidatura da SAD do Beira-Mar era uma ficção. O mais surpreendente é o facto da infâmia partir de pessoas que estão perto do clube e cuja actividade profissional se relaciona com o nosso emblema”.O CA vai mais longe e diz que segunda-feira se vai provar que a inscrição é licita e será confirmada pela Liga de Clubes. Lamenta que a Cidade de Aveiro “não esteja unida em torno do seu clube, o Sport Clube Beira-Mar, tendo ainda permitido que outros praticassem actos altamente lesivos para a sobrevivência da SAD e do próprio Clube arrastando o bom nome desta Instituição quase centenária para a lama”.
Em jeito de agradecimento público enaltece o trabalho desenvolvido por pessoas que estiveram ligadas à SAD e que acabaram afastadas depois da chegada de Omar Scafuro. “O Conselho de Administração da SAD do Beira-Mar aproveita, ainda, esta oportunidade para elogiar publicamente a acção, o esforço e a dedicação das pessoas que, no terreno, tornaram possível esta tarefa (aparentemente impossível) de apresentar a candidatura da Beira-Mar SAD na Liga de Clubes, em tempo: Carlos André, Fernando Pereira e Elisabete Gomes, que trabalharam de dia e de noite, dias a fio, sem qualquer contrapartida económica. Estas pessoas merecem o reconhecimento público dos sócios do Beira-Mar e dos Aveirenses”.