A proporção de empresas em funcionamento na primeira quinzena de maio aumentou para 90%, face a 84% na quinzena anterior, segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e Banco de Portugal (BdP).
De acordo com a informação disponibilizada, 90% das empresas que responderam ao inquérito estavam em funcionamento, mesmo que parcialmente, e 11% das empresas encerraram temporariamente ou definitivamente.
Por setor, destacou-se o comércio, onde a percentagem aumentou de 84% na quinzena anterior para 92%.
Já a percentagem de empresas encerradas (temporária ou definitivamente) no setor do alojamento e restauração continuou a ser significativamente mais alta (56%).
Face à situação que seria expectável sem pandemia, 77% das empresas continuaram a reportar um impacto negativo no volume de negócios.
“Quando se compara a primeira quinzena de maio com a segunda quinzena de abril, a larga maioria das empresas aponta para uma estabilização (41%) ou uma variação pequena (41%) do volume de negócios”, sinaliza.
A evolução das encomendas/clientes foi o principal fator referido pelas empresas com redução do volume de negócios neste período, enquanto a alteração das medidas de contenção foi o motivo mais citado pelas empresas que reportaram aumentos.
Metade (50%) das empresas referiram reduções do pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar na primeira quinzena de maio (58% na quinzena anterior).
Relativamente à segunda quinzena de abril, a maioria das empresas não reportou alteração no número de pessoas ao serviço (70%), sendo que entre as restantes a percentagem que referiu um aumento foi ligeiramente superior à percentagem que registou uma diminuição.
O comércio foi onde se registou a maior percentagem de empresas com aumento no pessoal ao serviço (22%).
A retoma da atividade, segundo os dados recolhidos pelo INE/BdP está condicionada pelos requisitos de higiene e segurança exigidos às empresas.
Neste contexto, referem, uma nova questão do inquérito aponta para que a indisponibilidade de material de proteção individual, as restrições no espaço físico e os custos elevados sejam os fatores que mais dificultam o cumprimento destes requisitos.
A redução do número de pessoas em ‘lay-off’ foi o motivo com impacto positivo mais referido pelas empresas que reportaram um aumento no pessoal ao serviço efetivamente a trabalhar (citado por 70% das empresas).
Segundo o INE/BdP, 54% das empresas respondentes tinham pessoas em teletrabalho na primeira quinzena de maio (58% na semana de 27 de abril a 01 de maio) e 46% das empresas reportaram a existência de pessoal a trabalhar em presença alternada nas instalações da empresa devido à pandemia.
Excluindo o ‘lay-off’ simplificado, a proporção de empresas que continuou a não prever o recurso a medidas de apoio anunciadas pelo Governo voltou a aumentar, atingindo proporções entre 52% e 61% consoante as medidas.
Cerca de 14% das empresas em funcionamento ou temporariamente encerradas aumentaram o recurso ao crédito na primeira quinzena de maio, destacando-se o setor do alojamento e restauração com a percentagem mais elevada de empresas nesta situação (26%), seguindo-se o setor da indústria e energia (16%).
Das empresas que aumentaram o recurso ao crédito, 84% reportaram um aumento do financiamento junto de instituições financeiras e 48% referiram um crescimento do crédito de fornecedores.
Na maioria dos casos, segundo as empresas, os novos créditos apresentaram condições semelhantes às anteriormente praticadas.
Os dados estatísticos divulgados nesta nota informativa correspondem aos recolhidos pelo Inquérito Rápido e Excecional às Empresas na semana de 11 a 15 de maio de 2020, com referência à primeira quinzena de maio de 2020.
O inquérito foi dirigido a um conjunto alargado de empresas de micro, pequena, média e grande dimensão representativas dos diversos setores de atividade económica, sendo a amostra de 8.883 empresas.
Foram obtidas 5.493 respostas válidas, o que representa uma taxa de resposta global de 61,8%. As empresas respondentes representam 64,8% do pessoal ao serviço e 74,7% do volume de negócios da amostra.
Fonte: Lusa