Um golo de Zé António, nos descontos, recolocou o São João de Ver na luta pela Supertaça e assustou o Beira-Mar mas as penalidades da decisão elevaram o guarda-redes Maringá ao estatuto de herói para a conquista do troféu que faltava nas vitrines do clube.
Pedro Aparício deu vantagem ao Beira-Mar na Supertaça (1-0) e a despedida do futebol distrital fez-se de sofrimento e seria, cuirosamente, Aparício a marcar a penalidade decisiva.
Na passagem de quatro anos pelos distritais de Aveiro, em tempo de refundação, os aveirenses conquistaram um título de campeão, uma Taça e uma Supertaça e regressam ao futebol nacional com a sensação do dever cumprido.
O último jogo da temporada, na Feira, confirmou a presença em campo de duas das melhores equipas do ano com o São João de Ver a vencer a Taça depois de um ano em que ficou em terceiro na Elite.
Procurou complicar a ação do campeão e conseguiu até ao momento em que reduzido a 10 sentiu o aumento da pressão e sofreu o golo de Aparício.
Mesmo a perder, a formação da Feira procurou a igualdade e reclamou um golo numa bola que rondou a linha de baliza de Maringá.
Viria a conseguir o empate nos últimos segundos da partida numa desatenção defensiva aveirense.
Nas penalidades a sorte sorriu ao Beira-Mar que venceu por 4-3 depois de duas falhadas para cada lado. Na sexta penalidade, falhou a equipa da Feira e marcou Aparício.
Luta, intensidade e muita vontade de vencer a Supertaça como imagem de marca do último jogo do ano.
À imagem do futebol distrital do qual o Beira-Mar se despede, naquela que é também a despedida do treinador Cajó e de alguns elementos do plantel.
"Este grupo demonstrou grande querer. Para mim é um orgulho ganhar os troféus todos que havia para ganhar na distrital", disse Pedro Moreira no final da partida.
Maringá assume a especialidade nas penalidades e diz que trabalhou para fazer a diferença e Diego enalteceu o título a encerrar a época.
"Estou preparado para tudo. É da minha vontade e do Beira-Mar que permaneça mas há coisas ainda que nos ultrapassam", disse numa referência a um processo judicial.
Aparício fica com a satisfação do penalti decisivo. "No ano passado falhei na meia-final e este ano consegui redimir-me".
Hugo Coelho, presidente do Beira-Mar, destaca os triunfos e lembra que o troféu enriquece o palmarés. "Tivemos várias conquistas e num clube eclético é importante".
O clube de Aveiro não anunciou o nome do sucessor de Cajó mas diz que a escolha está feita e o anúnico será feito em breve.
O técnico que se despediu ontem, chorou no banco pelo sentimento de fazer parte da história do clube (com áudio).
"Acabamos uma época longa. Chorei pelo momento da conquista. O treinador vive de troféus. Estou de saída e queria deixar este troféu.Sou beiramarense. É importante ser recordado pelas conquistas".
"Senti que estava num projeto que deu crescimento. Penso que justifiquei essa oportunidade. Parecia possível continuar esse rumo. Foi-me dito que as pessoas que investem no clube precisam de alguém da sua confiança. Recebi propostas e tenho que ponderar a decisão. Preciso de ir para onde me querem".
Ricardo Maia (São João de Ver) ficou feliz pela resposta da sua equipa e aceitou o desfecho pela maior experiência e controlo emocional do Beira-Mar (com áudio)
Foto: Beira-Mar