O presidente do clube dos Galitos entende que o Secretário de Estado do Desporto não assumiu o lugar e desapareceu de cena em 2020.
António Granjeia fez a avaliação na mensagem de ano novo.
Admitindo que o ano de pandemia é relevante na contextualização não é desculpa para tudo.
“Contudo e com muita pena nossa não demos pela existência do secretário de estado do desporto, João Paulo Rebelo. Apesar de ter declarado que o desporto não é um setor pária da nossa sociedade e, portanto, não pode ficar para trás sendo isso que o Governo se tem esforçado por fazer, nunca demos por medidas para o desporto, principalmente o amador que tem ficado claramente para último. De tal forma isto é verdade que o documento de Visão Estratégica para o Plano de Recuperação de Portugal 2020-2030 (VEPRP na sua versão inicial) não incluía a palavra desporto no texto. Como vimos afirmando, cada vez mais as associações e clubes são vistos como meros contribuintes e tratados como empresas comerciais que de facto não são. Exemplos não faltam. Nesta pandemia ficou ainda mais evidente o papel insubstituível que os clubes e os seus dirigentes dos clubes têm localmente, mas, mesmo assim, continuam a ser desvalorizados no inestimável serviço que prestam à comunidade”.
Críticas ao poder nacional, elogios ao poder local pela proximidade na pandemia e nos planos de apoio aos clubes e o destaque para o encontro de clubes numa plataforma de união.
“Foi possível estabelecer contactos com a maioria dos clubes de Aveiro por forma a haver uma união nas horas mais difíceis. O Clube dos Galitos teve uma posição importante neste movimento. Os Clubes desportivos do concelho de Aveiro têm mantido reuniões de trabalho e consulta mútua, desde que a pandemia começou em março último. Nestas reuniões, procuramos em conjunto avaliar práticas e a eficácia das medidas de combate à pandemia, encontrar soluções mitigatórias comuns e de uma forma geral partilhar as dificuldades e oportunidades”.
A pandemia é tema sensível e António Granjeia não esconde que os tempos são de incerteza com quebra nas quotizações.
O dirigente diz que parar a atividade seria uma situação limite.
“Perante o cenário bastante cinzento da segunda vaga reforçámos as reuniões na procura de respostas em conjunto. Estamos conscientes que mais uma paragem pode ser o fim de muitas das nossas associações e da prática desportiva para muitas crianças e jovens do nosso concelho. Tentaremos de forma comum ultrapassar as dificuldades como a situação financeira dos Clubes amadores que é cada vez mais aflitiva. Temos funcionários e colaboradores a quem devemos lealdade e o salário. Os nossos fornecedores merecem e devem ser pagos pelos serviços. A desistência de muitos patrocinadores, a inexistência de receitas de bilheteira, a redução drástica nas atividades que os Clubes organizavam para gerar receitas e a manutenção das quotas em valores que já eram baixos para os serviços prestados, tornam a nossa situação absolutamente dramática”.