O Museu Júlio Dinis inaugura, amanhã, dia 12 de junho, pelas 16h30, a exposição “Os Saqueados” de Samuel Ornelas. O manifesto de arte, expressa em xilogravura, não se esgota em si e irá convidar à intervenção artística. A performance UIVO, da artista Dóris Marco, chega no dia 26 deste mês e encontra uma ligação entre a exposição e os desastres ambientais provocados pela mão humana.
A Câmara Municipal de Ovar inicia um novo ciclo de programação do Museu Júlio Dinis com a exposição “Os Saqueados” de Samuel Ornelas, que abre amanhã ao público, com entrada gratuita, e pretende ser um despertar de consciência, através da construção artística, para temas críticos da sociedade.
O artista brasileiro, a residir em Portugal há cerca de 5 anos, criou para a exposição dois grandes painéis em xilogravura, desenhos e esculturas que pretendem reproduzir as novas abordagens da atualidade social, política e cultural, de Portugal e do mundo. A temática tem como pressuposto os desastres humanos e ambientais no Brasil: o rompimento das barragens de rejeitos de mineração de Mariana e do Brumadinho. O artista procura, através das suas obras, retratar a dramaticidade dos desastres ambientais, resultado da intervenção humana, com uma forte componente simbólica e visual.
No âmbito da exposição, a 26 de junho, pelas 22 horas, a performance teatral UIVO, da atriz, marionetista e criadora Dóris Marcos encontra o paralelismo entre a atual pandemia e todas as crises ambientais a que o Homem se tem vindo a submeter ao longo das últimas décadas, ao procurar a exploração contínua e infindável dos recursos naturais. UIVO pretende ser um grito de alerta da mãe natureza.
“Os Saqueados” estará patente até ao dia 28 de agosto no Museu Júlio Dinis, com a mostra fotográfica como ponto de partida para uma Oficina de trabalho da imagem, um encontro de Conversa à Volta do Tanque com Sara Barros Leitão, um Concerto e uma Visita guiada.
Ainda no Museu Júlio Dinis, o primeiro fim de semana do mês ficou marcado pelo início do projeto “Sozinho em Casa” com #1Petiz a convidar o público presente a embarcar numa experiência sonora que se assemelhou ao conforto de uma verdadeira casa. A peça, em estilo “Concerto Meditativo”, teve um caráter experimental e de improviso, onde o certo e errado foram apenas perspetivas. A predominância do som e dos elementos naturais levaram os espetadores a entrar numa viagem emocional, num cenário pensado e preparado para acolher e relaxar.
Numa série de cinco concertos que se prolongam até ao mês de novembro, “Sozinho em Casa”, produção original do Museu Júlio Dinis, foi concebido com o objetivo de receber os trabalhos de talentos locais e ajudar na promoção dos seus projetos artísticos de caráter minimalista, onde o principal objetivo passa por encontrar a realização pessoal e partilhar a liberdade da criação artística, numa estreita harmonia com o espaço onde se inserem.