Aveiro assinala a abertura de mais uma edição dos Festivais de Outono.
O programa de música promovido pela UA homenageia juventude e tecnologia.
A edição 21 dos Festivais de Outono, de 26 de outubro a 28 de novembro, será subordinada ao tema Juventude e Tecnologia.
Embora estes temas tenham estado implícitos em todas as edições, em 2025 os Festivais assumem-nos de forma mais explícita.
O papel da música entre os jovens, das tecnologias na criação artística e enquanto facilitadoras de uma participação mais inclusiva da comunidade funciona como mote para a edição deste ano.
Os Festivais de Outono procuram afirmar-se como espaço de reflexão e experimentação artística, e ser, ao longo de um mês, um espaço de diálogo.
Pedro Rodrigues, professor da UA e diretor artísticos dos Festivais, especificou os temas no texto de apresentação desta edição.
“O papel da música no seio das novas gerações, bem como as tipologias de intervenção da tecnologia em contextos artísticos enquanto possibilitadora de novas formas de expansão criativa e participação, inclusiva e enriquecedora de toda a comunidade”.
A programação e as atividades agendadas mostram uma programação eclética e alargada.
Para esta edição, refere o diretor artístico, “construímos uma rede de colaboração com instituições de ensino artístico da região (Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro, Banda Amizade, Conservatório de Música e Artes do Dão, e a própria Universidade de Aveiro) para, assim, oferecer um espaço único de divulgação e valorização de jovens intérpretes”.
Em evidência no programa vão estar os "Concertos para Famílias" que, nas edições anteriores, “tanto sucesso fizeram junto do público mais jovem”, salienta Pedro Rodrigues.
O professor e diretor artístico salienta a pluralidade estética patente no programa que tanto inclui Surma, como Martín Sued e a Orquestra Assintomática (nomeados para os Latin Grammys de 2025) ou Daniel Bernardes (Prémio SPA Autores 2025).
Mas também inclui, como primeiro momento musical, a Orquestra Filarmonia das Beiras e a solista Laura Peres (1º Prémio - Prémio Jovens Músicos 2024), sob a direção do Maestro Jan Wierzba, ou o concerto de encerramento que alia Henrique Portovedo à Orquestra Filarmonia das Beiras e à Orquestra Sinfónica do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade sob a direção do Maestro Luís Carvalho.
Concerto de abertura, este domingo, às 17h, no Auditório Renato Araújo (Edifício Central e da Reitoria).
A Orquestra das Beiras abre a edição de 2025 dos Festivais de Outono, apresentando um programa eclético com obras de Bacewicz, Mozart e Saint-Saëns, num concerto que celebra a música da juventude dos três compositores, bem como o talento da jovem violinista Laura Peres.
Consagrada violinista, enquanto compositora Bacewicz foi uma das pioneiras do modernismo na música polaca, bem como uma das primeiras mulheres a afirmar-se numa área tradicionalmente masculina.
O seu Concerto para Orquestra de Cordas foi galardoado com o Grande Prémio do Estado Polaco em 1950, desta forma trazendo a compositora para a ribalta, da qual nunca saiu.
Mozart compôs o seu 4º Concerto para Violino e Orquestra em 1775, e é um exemplo de um compositor que, apesar de ainda jovem, por esta altura terá encontrado o seu estilo elegante e ao mesmo tempo enérgico e vivo.
Laura Peres, que atualmente estuda e trabalha na Alemanha, foi vencedora do Prémio Jovens Músicos 2025, na categoria de Violino.
Para terminar esta viagem por música com o perfume da juventude, ouvir-se-á a raramente tocada Sinfonia em Lá Maior de Saint Saens.
Composta quando Saint-Saëns tinha apenas 15 anos, a Sinfonia em Lá Maior é uma obra surpreendente pela sua maturidade e vitalidade.
Dividida em quatro andamentos, revela influências clássicas, mas já antecipa o brilho orquestral e a elegância melódica que marcariam a carreira do compositor