A autobiografia do primeiro reitor da Universidade de Aveiro está publicada e dá a conhecer o percurso de Vítor Gil.
“Arrumar a casa antes dos 80 - Viagem ao passado em entrevista ao próprio” é uma autobiografia de Victor M. S. Gil (1939-2018) publicada pela Leya.
O livro, publicado dois anos depois da morte de Victor Gil e coordenado pelos seus filhos, Ana e João, dá a conhecer a pessoa, o pensador, o cientista, o escritor, o pintor e o poeta.
Sob a forma de autoentrevista, “um desnudamento do autor”, nas suas próprias palavras, que revela a história de uma vida onde o “ser pioneiro” em várias frentes fez com que Victor Gil deixasse um impressionante legado na Ciência e na Educação.
Victor Gil nasceu em 1939, na aldeia de Santana, Figueira da Foz.
Na Universidade de Coimbra, escolheu Ciências Físico-Químicas. Durante a licenciatura, os professores convidaram-no a estudar Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e a doutorar-se em Sheffield, na Inglaterra.
De volta à Universidade de Coimbra, Victor Gil criou o primeiro laboratório de espectroscopia de RMN em Portugal (1966).
Em 1973, após a criação formal da Universidade de Aveiro, foi convidado para liderar a Comissão Instaladora daquela Universidade, da qual foi o primeiro Reitor (1973/77) e com a qual para sempre manteve estreitos laços profissionais e pessoais.
Prosseguiu como professor catedrático em Aveiro até voltar à Universidade de Coimbra em 1982, tendo-se aposentado em 2002.
Considerado um “homem sereno e visionário”, mereceu do atual Reitor da UA referências elogiosas.
“(Victor Gil) presidiu à Comissão Instaladora da Universidade de Aveiro e foi o seu primeiro reitor. No discurso inaugural, afirmou a vontade de construir não apenas uma nova Universidade, mas, na medida do possível, uma Universidade nova — nova nos regimes de estudo, de investigação e de serviço à comunidade; na estrutura universitária; nos órgãos de governo; e na gestão participada. Defendeu que a educação devia conduzir o indivíduo à realização da sua real vocação: a de transformar a realidade. Ambicionava uma educação universitária verdadeiramente humanista, longe da domesticação do indivíduo e onde se verificasse o primado da liberdade e do pluralismo sobre o da autoridade e do monolitismo”.