O Festival dos Canais regressa em edição especial devidamente autorizado pela Direção Geral de Saúde com 50 espetáculos.
Música, teatro de rua, dança, instalações, percursos imersivos, open call e novo circo voltarão a encher Aveiro de cultura num cartaz com 50 ações de 80 artistas e coletivos, provenientes de 11 países, com 8 estruturas de Aveiro incluídas.
Tal como em 2020, a edição de 2021 volta a distribuir-se por duas etapas, a acontecer nos dias 15 a 18 e 23 a 25 de julho, sendo este formato determinado pela situação da Pandemia da Covid-19.
“O evento voltará a responder aos cuidados exigidos pelo atual contexto de Pandemia, tendo recebido a prévia concordância da Delegada de Saúde de Aveiro, realizando-se segundo as normas de segurança decretadas pela Direção Geral de Saúde e pelo Conselho de Ministros de 8 de julho”.
As atividades decorrem até às 20h.
A autarquia justifica a opção com a “importância no estímulo à economia local”.
No capítulo da música, concertos na Praça Marquês de Pombal com início às 18h30 e as presenças em palco de Tiago Bettencourt, The Black Mamba, Gisela João, D.A.M.A, Matay e Bárbara Bandeira, bem como um concerto único da banda aveirense Troll’s Toy com a Orquestra Filarmonia das Beiras.
Os restantes concertos serão apresentados às 17.00 horas, no tradicional palco da escadaria do ATLAS Aveiro, que receberá atuações de nomes como Bia Maria, Navega, The Twist Connection, Labaq, Lobo Mau, Curt Davis e Cabrita.
Destaque para a apresentação do espetáculo de circo contemporâneo “Perceptions”, pela francesa Compagnie Bivouac.
Tudo gira em torno de um mecanismo de grande escala que promete surpreender o público no Cais da Fonte Nova.
Ainda no circo contemporâneo, nota para “Só”, de Xampatito Pato, um espetáculo na Praça da República em torno de um personagem obsessivo e meticuloso rodeado de inúmeras caixas que lhe escapam ao controle e com as quais brinca para dar forma ao seu mundo.
Momento alto do Festival dos Canais 2021, no sentido literal do termo, será “Uno”, da companhia Delrevés, uma atuação de dança vertical com três intérpretes a usar a fachada do edifício do Cine-Teatro Avenida como palco.
Ainda na dança, outra proposta a ter em conta é “Rise”, da Wonderground Company, no Largo de São Gonçalinho, um convite para uma experiência que apela ao sentimento de comunidade e que faz do espaço um ritual de transformação.
Depois de uma estreia bem-sucedida no ano passado, o projeto “Ilhas Suspensas” regressa em 2021 com mais propostas, passando este ano a ser quatro.
São percursos nos canais exteriores da ria, com os espetadores a serem levados de barco para desfrutar da paisagem natural e assistir a performances distribuídas por vários locais, criadas de acordo com o carácter único de cada lugar.
No teatro, merece especial atenção o espetáculo “Memorial”, de Lígia Soares, a decorrer nos claustros do Museu de Aveiro / Santa Joana.
Coloca em cena duas mulheres num tempo futuro, a lavar calçado desportivo numa água tóxica. Oportunidade de ver o trabalho de uma das mais interessantes dramaturgas e coreógrafas nacionais.
Como habitualmente, também as crianças serão brindadas com diversas iniciativas.
A começar pelo Jardim das Brincadeiras, instalado no Cais da Fonte Nova durante todo o festival. Aí haverá um percurso sensorial e diversas performances, uma das quais com tradução em língua gestual portuguesa. Motivo de espanto promete ser o espetáculo-instalação “La Caixeta”, da companhia Holoqué, uma caixa de música gigante que emerge os espetadores numa história de amor, com hologramas e surpresas tecnológicas à mistura.
Com muito humor “De Risa en Risa” apresenta-se no Parque Municipal Infante D. Pedro, onde o mexicano Aziz Gual conduz o público pelo misterioso mundo do riso, interligando números de clown e momentos de destreza e habilidade, entre monociclo, equilibrismo, malabarismo e instrumentos musicais.
Ponto de visita volta a ser o Edifício da Antiga Capitania, onde estará o projeto “Metamorfoses nos Canais”, desenhado à medida deste local e composto por diversas performances, assim como instalações, workshops e outras manifestações artísticas, num total de 12 propostas que se repetem ao longo dos dias.
Nas artes visuais, conte-se com duas obras obrigatórias.
No Mercado José Estevão, poder-se-á ver “Esculturas Suspensas”, uma instalação de Patrícia Geraldes. Passando pelo Jardim do Museu de Aveiro / Santa Joana, vão encontrar-se as esculturas da artista polaca Ola Korbanska.
Durante o festival, até 25 de julho, estará a decorrer uma open call para angariação de peças para o Museum of Broken Relationships, havendo no Museu de Aveiro / Santa Joana um pop-up deste projeto internacional. Mais tarde, entre 14 de agosto e 3 de outubro, haverá uma exposição do projeto em Aveiro com as peças e histórias angariadas.
O Museum of Broken Relationships é um projeto oriundo da Croácia e formado por objetos que contam histórias de amores e desamores, para o qual qualquer pessoa pode contribuir oferecendo um objeto com significado emocional.
Novidade é a criação do prémio do público para o melhor espetáculo, sendo as votações feitas através do website do evento.
Estreia absoluta nesta edição é ainda a Festival dos Canais TV, uma emissão nas redes sociais em formato televisivo, com entrevistas, reportagens e os principais destaques do festival, para acompanhar ao longo de todo o evento.
O Festival dos Canais é totalmente gratuito, sendo os bilhetes disponibilizados uma antes do início das atividades no respetivo local, exceto no caso dos concertos na Praça Marquês de Pombal, cujos ingressos serão levantados 90 minutos antes do seu início no Museu de Aveiro / Santa Joana - entrada da Igreja de Jesus.