A Arte no Tempo e o Teatro Aveirense apresentam, de 20 a 30 de Maio, a 3ª edição da bienal Reencontros de Música Contemporânea, com uma dezena de concertos e duas instalações que vão ocupar vários espaços da cidade de Aveiro.
Criada em 2017, numa parceria entre o Teatro Aveirense, a Arte no Tempo e o Atelier de Composição, a bienal Reencontros de Música Contemporânea tomou como pretexto a celebração dos 40 anos dos Encontros Gulbenkian de Música Contemporânea (1977-2002) e dos 20 anos das Jornadas Nova Música (1997-2001) para dar continuidade à herança musical.
Mantendo o propósito de apresentar a mais recente criação musical de tradição erudita, e dando relevo aos compositores portugueses e estrangeiros que mais se destacam na actualidade, os Reencontros de Música Contemporânea propõem um conjunto de concertos com música de câmara, orquestral, solística, acústica e mista, assim como instalações, com intérpretes maioritariamente portugueses e encomendas por parte da Câmara Municipal de Aveiro e da Arte no Tempo, com apoio da Direcção-Geral das Artes.
O concerto de abertura acontece na Quinta-feira, 20 de Maio, pelas 21 horas, no GrETUA, e tem como protagonista o ars ad hoc, agrupamento de câmara da Arte no Tempo, que interpretará obras de Gérard Grisey, Simon Steen-Anderson e Vykintas Baltakas.
No dia seguinte, à mesma hora e no mesmo espaço, o flautista Ricardo Carvalho e o pianista João Casimiro Almeida, apresentam obras de Beat Furrer, Bernardo Lima (encomenda da Arte no Tempo, financiada pela Direcção Geral das Artes), Ângela da Ponte e João Carlos Pinto, as duas em estreia absoluta, também resultantes de encomenda da Arte no Tempo e financiadas pela Direcção Geral das Artes.
No Sábado, 22 de Maio, também pelas 21 horas, a Orquestra das Beiras actua na Reitoria da Universidade de Aveiro, pela primeira vez dirigida pelo multi-premiado maestro Nuno Coelho, com a Sinfonia nº 39 em Mi bemol maior, de Wolfgang Amadeus Mozart, a Pavane pour une infante défunte, de Maurice Ravel, e uma obra em estreia absoluta do compositor João Carlos Pinto, encomendada pela Câmara Municipal de Aveiro, por proposta da Arte no Tempo, com o saxofonista Luís Salomé enquanto solista.
No Domingo, 23 de Maio, têm lugar dois concertos: o primeiro no GrETUA, às 18 horas, no qual o projecto Nova Música para Novos Músicos (que conta com alunos de diferentes conservatórios de todo o País), dirigido por Nuno Aroso e com assistência informática musical de Nádia Carvalho, estreia um conjunto de sete peças (todas para instrumento e electrónica, encomendadas pela Arte no Tempo) de compositores como Cândido Lima, Isabel Soveral, Elsa Filipe e Mathilde Martins e, ainda, duas obras para conjunto e electrónica, de João Pedro Oliveira e Ângela Lopes; no segundo concerto do dia, pelas 21 horas, na Igreja do Convento de Jesus do Museu de Aveiro/Santa Joana, protagonizado por Ricardo Gaspar na viola de arco e Henrique Costa na tuba, com informática musical de Ricardo Guerreiro, é possível escutar mais três obras em estreia absoluta (mais uma vez encomendadas pela Arte no Tempo, com financiamento da Direcção Geral das Artes) dos compositores Ricardo Ribeiro, Ângela Lopes e Luís Pena, seguidas de uma obra de Michael Jarrel
Após dois dias de descanso, os Reencontros de Música Contemporânea regressam ao GrETUA, pelas 21 horas de Quarta-feira, 26 de Maio, com o percussionista João Dias, revelando uma obra de Pedro Junqueira Maia, em estreia absoluta, seguida de uma obra/instalação para percussão e vídeo de Igor C. Silva.Na Sexta-feira, 28 de Maio, à mesma hora e no mesmo espaço, apresenta-se o resultado do Música em Criação 2021, projecto com que a Arte no Tempo fomenta a apresentação e discussão em torno da música dos mais jovens compositores, no contexto do qual foram seleccionadas peças de Francisco Ribeiro (eufónio e percussão), Gustavo Gonçalves (dois percussionistas), Eduardo Marques (saxofone e electrónica), Carina Antunes (dois percussionistas e electrónica), Marta Domingues (acordeão e electrónica) e Camila Menino (saxofone soprano e saxofone alto).
Sábado, 29 de Maio, o GrETUA recebe mais dois concertos: às 17 horas, a segunda apresentação do projecto Nova Música para Novos Músicos, com mais estreias para instrumento solo e electrónica - de Diogo Novo Carvalho (voz e electrónica), Rita Torres (harpa e electrónica), Jorge Ramos (harpa e electrónica), Nádia Carvalho (saxofone e electrónica), José Carlos Sousa (saxofone e electrónica), Cláudio de Pina (oboé e electrónica), Nuno Trocado (flauta de bisel e electrónica) e Pedro Berardinelli (flauta amplificada), encomendadas pela Arte no Tempo e com a participação de alunos de diferentes conservatórios de todo o país; pelas 21 horas, pela primeira vez em Portugal, o Duo Ar interpreta obras de José María Sánchez-Verdú (dois acordeões), Santiago Tomás Díez Fischer (uma obra em estreia absoluta, para dois acordeões e electrónica), Pedro Berardinelli (obra em estreia absoluta, para acordeão solo, encomenda da Arte no Tempo, financiada pela Direcção Geral das Artes), Simon Steen-Andersen (acordeão amplificado e video) e Uroš Rojko (dois acordeões).
Dedicado à música do compositor Ricardo Ribeiro (1971), o concerto de encerramento dos Reencontros de Música Contemporânea tem lugar no Domingo, 30 de Maio, pelas 18 horas, na Igreja do Convento de Jesus do Museu de Aveiro/Santa Joana, com a apresentação de cinco das suas mais recentes obras, compostas entre 2019 e 2021.
Em estreia absoluta, Mário Teixeira interpreta uma obra para caixa solo, encomenda da Arte no Tempo (financiada pela Direcção Geral das Artes), e Henrique Portovedo dirige uma obra para agrupamento vocal resultante de encomenda da Câmara Municipal de Aveiro.
O Magnet duo interpreta uma obra para nove triângulos que estreou em Novembro passado nos Festivais de Outono de 2020 (também encomenda da Arte no Tempo); Nuno Aroso apresenta uma obra para molas helicoidais que estreou em 2019 no Neue Musik Köln, e o ars ad hoc estreia a terceira parte de um quarteto de cordas encomendado pela Fundação Centro Cultural de Belém para os Dias da Música 2020 (cuja primeira parte havia já estreado na bienal Aveiro_Síntese 2020
Paralelamente à apresentação dos concertos, entre 20 e 30 de Maio, é possível visitar duas instalações, no Museu de Aveiro/Santa Joana: A lentidão dos afectos ou Da morfologia do tempo musical, da autoria de Gilberto Bernardes, e Palavras discretas, de João Pais.
Dando a palavra aos seus autores: se a primeira é “uma exploração contemplativa e intertextual entre períodos históricos da música e pintura ocidentais, questionando os fundamentos estruturais da matéria e da forma na procura dos seus arquétipos”, e que cruza Gesualdo com electrónica; a segunda vive da tentativa de entre-cruzar ambientes, analógico e digital, em que o primeiro se transforma no segundo e “o ouvinte pode adoptar duas atitudes - ou será forçado pelo seu instinto a misturá-las, tentando criar um sentido a partir dos fragmentos de discurso que lhe forem familiares, ou fará um ‘reset’ das suas expectativas e ouvirá o processo como um fim em si”. Os criadores destas obras convidam para uma apresentação das instalações, na Quinta-feira, 20 de Maio, às 18 horas
A bienal Reencontros de Música Contemporânea tem organização da Arte no Tempo e Teatro Aveirense, apoiada pela Direcção-Geral das Artes e Câmara Municipal de Aveiro.