O ano de 2020 marca um século do nascimento de Amália Rodrigues, voz que projeto como ninguém o fado e o nome de Portugal. Os Festivais de Outono, promovidos pela Universidade de Aveiro (UA) "não o poderiam deixar passar em claro". Por isso, a 13 de novembro, o jovem Miguel Xavier vem cantar ao auditório Renato Araújo, na Reitoria da UA, temas notabilizados pela diva do fado.
Antes, dia 12, pelas 19h00, na mesma sala, o Magnet Duo estreia quatro composições encomendadas para si. No dia 14 de novembro, às 19h00, o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa dá um concerto exclusivamente online de triplo aniversário.
No dia 12 de novembro, o Magnet Duo apresenta-se nos Festivais de Outono, com o programa “(…) do ferro ao bronze (…)”, composto pela estreia absoluta de obras resultantes de encomenda da Arte no Tempo para este duo, financiada pela Direção Geral das Artes. As composições forma pedidas a quatro autores portugueses muito distintos entre si e que, nestas composições, recorrem a diferentes instrumentos de metal. Ângela da Ponte (Ponta Delgada, 1984) recorre à eletrónica, numa obra em que utiliza gongues, chocalhos e outros instrumentos de metal. Entre dois vibrafones, Pedro Junqueira Maia (Porto, 1971) coloca à disposição dos intérpretes alguns outros recursos de menor dimensão. Com grande economia de meios, Ricardo Ribeiro (Calvão, 1971) fixa-se na exploração do triângulo. A paleta tímbrica de Inés Badalo (Olivença, 1989) estende-se das taças tibetanas ao jogo de sinos, molas, chocalhos, crótales, tam-tam e diferentes pratos.
O Magnet Duo é formado por Mário Teixeira e Nuno Aroso. O duo nasce em 2015 propondo-se, tal como um íman sobre metal, a atrair a nova criação musical para dois vibrafones e outras percussões, oferecendo simultaneamente um contributo para o crescimento da área instrumental da percussão.
Mário Teixeira é mestre e doutor pela UA, com as dissertações “A interpretação da música japonesa para Marimba” e “O Tai Chi Chuan na Percussão”. Estreou numerosas obras para ensemble contemporâneo, para grupo de percussão, música de câmara e solo. Lecionou nos Conservatórios de Aveiro e de Braga, na Escola Profissional de Música de Espinho e, entre 1999 e 2019, na UA.
Nuno Aroso é professor, investigador e solista de percussão com intensa atividade concertística, desenvolve a sua carreira focado na difusão e fomento da criação de literatura para a sua área instrumental. Tocou em estreia absoluta mais de 120 obras e gravou parte deste repertório em edições discográficas. Nuno Aroso é professor na UA, no Departamento de Música da Universidade do Minho, na Escuela Superior de Música de Extremadura (Espanha).
Miguel Xavier, para além dos clássicos, como “Fado Português” ou “Maria Lisboa”, trará aos Festivais de Outono, a 13 de novembro, a partir das 19h00, no auditório da Renato Araújo, Reitoria da UA, o repertório de Amália menos conhecido, fazendo emergir temas como o que figura no seu último single, “Na Esquina de Ver o Mar”. Elogiado por Ricardo Pais e Camané, o jovem fadista Miguel Xavier é uma das vozes talentosas da nova geração de fadistas, vencedor do Concurso de Fado de Lordelo do Ouro.
Conta com um primeiro álbum, “Miguel Xavier”, muito bem recebido pela crítica e público em relação ao qual Manuel Halpern escreveu no Jornal de Letras: “…Miguel Xavier, tem no timbre e no jeito a essência fadista que mora a 300 quilómetros de distância.”
A 14 de novembro é dia de ouvir o GMCL - Grupo de Música Contemporânea de Lisboa nos Festivais de Outono 2020, a partir das 19h00, exclusivamente online.
O Grupo apresenta a sua temporada “Três nascimentos”, assinalando os nascimentos de Clotilde Rosa, 90 anos (n.1930); Jorge Peixinho, 80 anos (n.1940); e do próprio GMCL, 50 anos (n. 1970). Com esta iniciativa são exaltados os fundadores e compositores do GMCL, elementos de suma relevância para a história da música contemporânea portuguesa nos sécs. XX e XXI.
Nesse sentido, este programa procura apresentar uma pequena perspetiva da obra destes compositores no GMCL e da atividade deste grupo ao longo da sua existência.