Rui Rio explicou, esta noite, em Aveiro que só agora concorre à liderança do PSD porque não podia trair o compromisso mantido com o Porto no seu ciclo autárquico. O antigo presidente de Câmara do Porto assumiu que o partido está em situação “particularmente difícil" pelo desgaste em que vive.
Além de definir o PSD como partido de centro direita mas com capacidade para atrair eleitorado do centro direita, Rio defende que o país e os partidos em concreto precisam de quadros com conhecimento e ética. “É um partido do centro, que vai do centro-direita ao centro-esquerda. Não é um partido de direita, tal como alguns o têm tentado caracterizar. Não é, nem nunca será".
O antigo autarca explicou que o quadro de dificuldades é desafiante e uma oportunidade. “Tudo na vida tem o seu tempo. Hoje, o meu tempo, é o tempo de me dedicar a servir o PSD num dos momentos mais difíceis da sua história. Seria bem mais cómodo, do ponto de vista pessoal, familiar, ou profissional, não responder afirmativamente aos apelos que me fazem, mas como sempre pensei, sempre disse e sempre fiz, eu jamais defraudaria a esperança que tantos em mim depositam. Por isso, aqui estou. Pronto para cumprir o meu papel de português e pronto para a batalha que todos temos de travar por um PSD forte, pelo PSD que Portugal tanto precisa".
Deixou palavra de reconhecimento a Passos Coelho e disse que a gratidão é valor a cultivar. “Comigo a presidente, o PSD não se esquecerá de Pedro Passos Coelho nem de todos os demais que de forma correta, leal e altruísta, honrou o partido ao longo dos tempos".
Para António Costa deixou o recado de que o Partido por si liderado não será muleta do poder. "O PSD é um partido de poder, não é muleta de poder. Para o PSD, este será o primeiro dia da sua caminhada para a reconciliação com os portugueses. Mas, para Portugal, este terá de ser, acima de tudo, o princípio do fim desta coligação parlamentar que hoje, periclitantemente, nos governa".
Rio defendeu que a construção de um país mais equilibrado passa por saber projetar o futuro. “O país não se pode deixar hipnotizar por uma conjuntura económica que, por contrastar pela positiva com a profunda crise que recentemente atravessámos, tende a nos iludir quanto ao futuro. Mais do que gerir o presente ou lamentar o passado, Portugal tem de se preparar para o futuro".
No dia em que surgiu a acusação da operação Marquês que envolve o nome de José Sócrates, o candidato à liderança do PSD falou em reforma dos partidos e de seriedade na política (com áudio).