O bastonário da Ordem dos Médicos afirma-se perplexo com a elaboração de escalas médicas no Hospital Infante D. Pedro à revelia dos médicos e avisa a direção clínica que tem assento na administração que esse não é um procedimento admissível.
Carlos Cortes esteve de visita ao Hospital onde contactou com clínicos.
Assumiu que depois das informações recebidas quer perceber o que presidiu à tomada de decisão para evitar o encerramento de serviços.
O Bastonário avisa que não vai deixar cair esta questão no esquecimento (com áudio)
Cortes refere que há questões técnico-científicas que não estão a ser respeitadas na elaboração de escalas e estabelecimento de recursos mínimos.
E ameaça responsabilizar o Conselho de Administração por essa forma de atuar que classifica como estando abaixo dos “limites de segurança”.
O Bastonário diz que Aveiro está a viver no engano. E que os cidadãos devem, no mínimo, ser informados sobre o real estado da saúde do seu hospital sempre que esses meios fiquem abaixo do determinado pelos protocolos da Ordem.
Carlos Cortes admite que em casos de contingência esses rácios são alterados mas a população deve ser informada.
“A população pensa que tem aqui uma resposta adequada na urgência, mas em vários momentos, nomeadamente na cirurgia e a pediatria, as equipas estão abaixo dos limites recomendados pela Ordem dos Médicos” (com áudio)
O Bastonário questiona a elaboração de escalas e lembra que há recomendações claras sobre a disponibilidade de meios e aviso à população.
Questionada pela agência Lusa a administração do Centro Hospitalar optou por não responder às declarações do Bastonário.
Recorde-se que o conselho de administração assumiu ter sido obrigado a intervir nas escalas como forma de garantir o funcionamento da cirurgia no serviço de Urgência.
A alternativa era a que foi apresentada pela direção do Serviço de Cirurgia Geral que defendia o encerramento das urgências cirúrgicas no período da noite e o encerramento completo durante os fins de semana de Outubro.
O mesmo problema que levou ao encerramento da urgência de Ginecologia/Obstetrícia e do Bloco de Partos na noite de 2 de outubro.
Carlos Cortes não esconde que ouviu informação sobre várias lacunas em diferentes serviços (com áudio)
Texto: Terra Nova com Lusa