Porto de Encontro na Terra Nova...

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20.11.2023

A melhor arma na defesa do litoral é a reposição de areias e os quebra-mares são um mundo desconhecido, caro e podem criar mais problemas.

Mensagem que fica da apresentação do “Estudo de caracterização e viabilidade de um Quebra-mar destacado multifuncional em frente à Praia da Vagueira”.

A Agência Portuguesa do Ambiente e a equipa de investigadores que estudou diferentes cenários para a utilização de quebra-mares na defesa da orla costeira desaconselha o recurso a intervenções pesadas no mar e prefere manter as recargas de areia como solução para combater a erosão.

Foram testadas 10 configurações nas simulações apresentadas e, em boa parte dos casos, a instalação de quebra-mares cria barreiras ao arrastamento de sedimentos, resultando no agravamento das condições no sentido da corrente marítima, agravando um quadro já preocupante.

Solução que é tida como pouco viável pela engenharia e economicamente inviável.

Pimenta Machado, Vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, afirma que os planos devem passar por candidaturas a fundos para garantir um injeção regular de sedimentos na costa.

Foi resumido um trabalho de mil páginas que envolveu especialistas do LNEC e da Universidade de Aveiro apresentado como o estudo mais detalhado sobre quebra-mares até hoje feito no país.

O coordenador do núcleo de monitorização costeira e risco da Agência Portuguesa do Ambiente apresentou as conclusões e, no final, referiu-se aos riscos de utilização de engenharia pesada pelo efeito negativo nas praias e na prática de surf para principiantes.

Comparações feitas com estudos desenvolvidos entre 1996 e 2008 e mais recentemente entre 2008 e 2020 confirmam que a erosão diminuiu sempre que a aposta esteve nas recargas de areia.

Entre 1996 e 2008 foram colocados no litoral aveirense 3.2 milhões de metros cúbicos de areia entre São Jacinto e Poço da Cruz.

Entre 2008 e 2020 o depósito de areia chegou aos 7 milhões de metros cúbicos o que fez diminuir a preponderância da erosão costeira de 75% para 30%.

Com as recargas efetuadas diminuíram as taxas de erosão e é essa a via sugerida pelo estudo.

Celso Pinto, Coordenador do Núcleo de Monitorização Costeira e Risco da APA, admite que o calendário de dragagens do Porto de Aveiro vai desempenhar papel fundamental nessas operações de recarga.

O autarca de Vagos que depositava expetativa no estudo admite que as conclusões são importantes e vão ajudar a tomar decisões no futuro.

 

 

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Autor
Fernando Martins
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    Porto de Encontro na Terra Nova com Miguel Marques da consultora PwC.
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