O Reitor da Universidade de Aveiro coloca a internacionalização como um das apostas estruturantes para o futuro da Universidade. Manuel Assunção discursou na cerimónia comemorativa dos 41 anos da Academia para salientar a importância que tem o reconhecimento de alunos estrangeiros que colocam Aveiro como melhor universidade do país ou as Cátedras que envolvem parceiros de vários pontos do mundo.
“Queremos valorizar os programas de cooperação. Queremos uma forma mais competitiva e mais diferenciada. Menos cursos mas melhor oferta”.
A reitoria entende que a internacionalização é uma forma de "contornar" entraves à autonomia na gestão. “Valorização essa que é particularmente importante nos dias que Portugal atravessa. Num momento em que se teima em negar às universidades a autonomia imprescindível para serem mais competitivas e sustentáveis, as cátedras convidadas representam um reconhecimento do valor da autonomia universitária e o acreditar na capacidade de boa gestão da UA”.
Manuel Assunção não esconde que a estabilidade no planeamento é fator decisivo no sucesso de qualquer organismo ou instituição.
“Saliento a preocupação constante de pensar a UA a dez anos, traduzida em particular num encontro realizado em Abril e que juntou as nossas principais lideranças. Realço ainda a manutenção nos rankings internacionais e os prémios individuais”.
O sinal sobre a internacionalização e as cátedras foi dado pela presença neste encontro dos franceses Philippe Pierre (na foto) e Evelina Gatti, detentor da Cátedra Ilídio Pinho em Neurociências da UA.
Os imunologistas, nomeadamente o diretor de investigação no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) em França e responsável por várias descobertas relacionadas com as células dendríticas, salientou a importância de juntar esforços e de aproveitar o que de melhor se faz nos diversos espaços de investigação.
“Os saltos no conhecimento nesta área levam 15 ou 20 anos a conseguir. Vejam na evolução sobre cancro, descodificação do genoma humano e outras etapas”, referia o investigador que admite ter encontrado em Aveiro esse querer e a vontade de reunir esforços em torno do conhecimento numa área como a da saúde que exige “multidisciplinaridade”.
André Reis, da Associação Académica da UA, recusou cenários catastrofistas sobre o futuro dos jovens e assumiu a confiança de quem quer participar na construção de um novo modelo de desenvolvimento.
“Dizer que pretendemos reforçar o nosso papel na construção do futuro da academia. Dizer que estaremos sempre disponíveis para reinventar Portugal, apostando fortemente na nossa formação superior e participando ativamente nos órgãos de gestão da UA”.
A cerimónia de celebração do 41º aniversário da UA fica marcada pela assinatura do contrato de apoio à cátedra do Mar com a Caixa Geral de Depósitos e outro sobre a doação do espólio de Antoine Sibertin-Blanc (1930-2012). Parisiense de nascimento, mas radicado em Portugal desde 1960, Sibertin-Blanc é considerado a personalidade mais estruturante da vida organística portuguesa no século XX.
Em gesto simbólico a UA descerrou uma placa que recorda para sempre a figura de Hélder Castanheira, antigo diretor de serviços sociais que faleceu.
O Concerto de Natal e de Aniversário da UA realiza-se na Sé de Aveiro, às 21h30, pela Orquestra Filarmonia das Beiras, com a participação das solistas Isabel Alcobia e Helena Caspurro e a direção de António Vassalo Lourenço.