O documentário "A um mar de distância" quer dar um sentido ao luto das famílias que não o puderam fazer durante muitos anos por não saberem onde ficaram sepultados os pescadores da pesca longínqua.
A obra de Pedro Magano estreia no próximo dia 4 de Novembro, em sessão no Museu Marítimo de Ílhavo, e promete ficar como símbolo da incerteza e da angústia que apanhou muitas famílias de homens da pesca que perderam a vida no mar.
Uma investigação que gira em torno da figura de Dionísio Esteves, um pescador de Vila Praia de Âncora que ficou sepultado no cemitério de Monte Carmel, em St. John’s, no Canadá, em 1966.
A história de um homem, de 26 anos, que deixava mulher grávida. A partir das imagens de um filme canadiano que fala desse funeral foi possível seguir à procura da exata localização da sepultura.
Pedro Magano foi à procura da sepultura e quis levar o irmão de Dionísio que viria a falecer durante as filmagens. Acabou por levar um amigo de Dionísio, Celestino Ribeiro. A homenagem e a reflexão surge da visibilidade dada ao tema.
“O filme é uma homenagem a todos que lá ficaram. Senti que ninguém quer saber deste tema. Tem que ser falado para lembrar os falecidos".
O realizador conversou, ontem, com jornalistas no Museu Marítimo de Ílhavo que acolhe a estreia no dia 4 de Novembro e contou os passos dados no processo criativo (com áudio).