O homem acusado de ter roubado peças religiosas na Igreja Matriz de Ovar, avaliadas em cinco mil euros, negou o crime, esta segunda-feira, no Tribunal de Aveiro, rejeitando ainda ter-se feito passar por Padre.
Agostinho Caridade, de 42 anos, afirmou, na primeira sessão do julgamento que se identificou "como missionário e não como Padre".
O arguido, que responde pelos crimes de usurpação de funções, burla e furto qualificado, afirmou que esteve na Igreja de Ovar no dia 31 de Março de 2013, mas não celebrou nenhuma missa, como consta na acusação. "Apenas me foi pedido para proclamar o evangelho e nada mais", assegurou o arguido, conhecido por "falso Padre" por ter presidido a celebrações religiosas um pouco por todo o país sem estar habilitado para o efeito.
Agostinho Caridade admitiu, ainda, ter regressado àquela Igreja, no dia seguinte, para pedir emprestado uma píxide (vaso onde se guardam as hóstias) e um cálice, para levar a sagrada comunhão à tia da sua ex-companheira, que se encontrava muito doente.
De acordo com a investigação, o arguido terá vendido os objetos religiosos avaliados em cinco mil euros num estabelecimento de compra, venda e troca de artigos novos e usados, situado no Porto.
Texto: JN