A Câmara Municipal de Aveiro através do Teatro Aveirense acaba de lançar uma convocatória, desafiando todos os interessados a criar e participar num espetáculo de teatro, intitulado Fábrica, com encenação de Jorge Louraço Figueira e desenvolvido a partir da vida nas fábricas de cerâmica da região de Aveiro.
A sua estreia acontecerá ainda este ano no Teatro Aveirense.
A convocatória estende-se até 22 de março e é dirigida a residentes na região de Aveiro com experiência de representação ou interesse pela área, maiores de 16 anos. A documentação pedida compreende o envio dos dados pessoais dos candidatos, nomeadamente o nome completo, a data de nascimento e a ocupação, assim como uma nota biográfica referindo a experiência e interesse pela representação (máximo de 300 palavras) e uma carta de motivação (igualmente com um máximo de 300 palavras). É ainda pedido um comprovativo de morada. O contacto para envio destes materiais é o email agenio@cm-aveiro.pt.
Tendo em conta o atual contexto de pandemia, as datas das sessões serão acertadas de acordo com as medidas em vigor nos próximos meses e a disponibilidade dos participantes.
Fábrica é, à primeira vista, um espetáculo de teatro sobre a indústria de transformação do barro ou argila em peças de cerâmica, desenvolvida ao longo de séculos em Aveiro. Mas revelar-se-á afinal uma peça sobre a transformação sofrida pela própria cidade e pelas pessoas que nela viveram e trabalham, à medida que a matéria-prima foi sendo passada da terra ao forno, do forno às casas, do forno às mesas e daí para as bocas. O espetáculo será criado a partir dos testemunhos de quem entra ou entrava nesse circuito da argila e da cerâmica. Ao mesmo tempo que é feita essa recolha, serão criadas figuras de ficção para narrar histórias reais e, através do texto e da interpretação, cruzar a experiência do trabalho com os sonhos de operários, ceramistas, industriais, homens ou mulheres.
O projeto Fábrica é o primeiro do ciclo Slow Motion, uma nova linha programática promovida pelo Teatro Aveirense, que anualmente convidará um artista a criar um projeto original em torno de um tema associado à memória e à identidade local, contando com uma forte componente de participação da comunidade. Este projeto, integrado no Eixo 3 – Cidade – do Plano Estratégico para a Cultura 2019-2030, cumpre objetivos de preservação, salvaguarda e valorização dos recursos endógenos do território, aproveitando a biografia da cidade como fonte de inspiração para a criação e para as práticas artísticas.