Um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu um sistema eletrónico de transmissão de dados para motociclos que se ativa automaticamente quando há um acidente, enviando em tempo real para as unidades de saúde um alerta com a informação do local e dados biográficos e médicos da vítima. O sistema, preparado para ser aplicado em qualquer tipo de motociclo, independentemente da marca ou da idade, pretende possibilitar uma assistência médica mais rápida em caso de acidente e, com isso, ajudar a diminuir drasticamente as eventuais sequelas dos ferimentos no motociclista.
O sistema de notificação e monitorização de acidentes para motociclos permite que, em caso de acidente, seja enviado para os centros de apoio médico as coordenadas geográficas do local da ocorrência juntamente com informações sobre o condutor, previamente associadas a uma base de dados interna.
Repartido em dois subsistemas, um dos quais instalado no motociclo e o outro aplicado no capacete, o primeiro realiza todo o processo e tratamento de dados. Já o sistema instalado no capacete garante que o condutor está mesmo presente em caso de uma situação acidental, assegurando assim que este circula na via rodoviária com o capacete de segurança.
“O sistema que desenvolvemos permite aos técnicos das unidades médicas observarem o histórico de acidentes e os dados pessoais do condutor, como o tipo de sangue, problemas de saúde ou os medicamentos que toma atualmente, além de possuir um mapa onde apresenta o local do acidente”, explica José Santos, investigador do Departamento de Engenharia Mecânica.
O responsável pelo desenvolvimento do sistema, que contou com o investigador Duarte Valente, lembra que este tem também uma secção para estatísticas onde informa os técnicos quanto ao número de ocorrências sucedidas nos diversos distritos de Portugal e Regiões Autónimas, fornecendo a informação dos locais onde será necessário uma futura melhoria da segurança rodoviária.
A invenção da UA, que vem ao encontro da legislação da União Europeia que prevê, a partir de 2018, a instalação de dispositivos automáticos de chamadas de emergência nos veículos motorizados, visa minimizar o número de fatalidades que ocorrem diariamente nas estradas portuguesas. As vantagens deste processo, relativamente a soluções existentes, aponta José Santos, é “a facilidade na deteção do acidente e a versatilidade que permite a custos reduzidos a implementação deste sistema em diversos modelos de motociclos”.
Texto e foto: UA